As más notícias que o mercado aguarda no balanço da Tesla
Analistas veem preço da ação da empresa inflado, cotado a quase 300 dólares, mas balanço não deve derrubar firmemente papéis da companhia
A Tesla, fabricante de carros elétricos, apresenta balanço do 2º trimestre nesta quarta-feira, 19. O mercado aguarda ansiosamente o resultado, que pode derrubar o preço da ação, que opera em ligeira queda nesta terça-feira, 18, cotada a 290,17 dólares nos Estados Unidos. A empresa de Elon Musk começou a produzir o cybertruck, uma espécie de caminhonete elétrica, nesta semana, após anos de atraso e muita expectativa. O impacto do novo veículo, claro, não será medido no próximo balanço, mas certamente já está fazendo preço na ação da empresa.
É consenso entre analistas que o preço está inflado e que algo próximo aos 150 dólares por ação seja mais adequado. Ainda assim, mesmo em época de balanço, quando o mercado fica mais volátil, as ações da Tesla não devem cair mais do que 5% após o resultado, por pior que ele seja. “O varejo sempre puxa o preço dessas empresas para cima, mas há uma preocupação do quanto o uso de inteligência artificial não está inflando o setor de tecnologia”, alerta Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.
No início do ano, a Tesla adotou estratégia de reduzir preços para impulsionar as vendas, gerando uma demanda recorde, mas com queda das margens para o menor nível em três anos. Em relatório, a Barclays reiterou a classificação neutra para as ações da Tesla, com estimativa de margem bruta de 17,5% (-150 pontos-base em relação ao trimestre anterior), refletindo obstáculos de preço parcialmente compensados pelo volume e pelos custos de matérias-primas. “O 2º trimestre pode ser o ponto baixo da empresa nas margens, mas as ações da Tesla ignoraram os fundamentos (bons ou ruins) no passado”, afirma a casa.