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A esnobada dos servidores públicos na proposta de Bolsonaro por reajuste

Após aumento para policiais federais, servidores pressionavam o governo para ampliar o benefício para todas as categorias, mas reajuste de 5% não agrada

Por Luana Zanobia Atualizado em 14 abr 2022, 14h47 - Publicado em 14 abr 2022, 11h35

Desde o início do ano, o clima entre o funcionalismo público e o governo federal se deteriorou. A sinalização do presidente Jair Bolsonaro em conceder aumento apenas para a Polícia Federal (que nem saiu do papel) causou desgaste entre as categorias, gerando paralisações para pressionar o Executivo. Quatro meses depois e mais próximo às eleições, o presidente parece que cedeu. O governo estaria estudando propor um reajuste de 5% no salário dos servidores públicos, mas a proposta não agradou aos servidores.

O valor ainda é considerado insuficiente pelos servidores. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) disse que “por enquanto a categoria entende que é só uma notícia de jornal, e já considera insuficiente”. Desde o começo de abril, a categoria está em greve — o que vem atrasando a divulgação de dados econômicos por parte do BC, além do temor que possa afetar o PIX. A liderança do movimento da Receita Federal alega que o reajuste proposto está defasado comparado à inflação, que continua escalando e alcançou o patamar de 20% em doze meses. Os servidores pleiteiam um reajuste acima da inflação, de 30%.

Confusão

As reivindicações tiveram início após a aprovação do Orçamento, que contemplava reajuste apenas para policiais federais, categoria que é base aliada de Bolsonaro. O aumento para a categoria teria um custo de 1,7 bilhão, o que já era considerado irresponsável após o furo no teto de gastos. Segundo cálculos de especialistas, o reajuste de 5% para todos os servidores públicos aumentaria esse valor para 6 bilhões. Sem espaço no teto para conceder tal benesse, o governo deverá enxugar ou cancelar despesas programadas. “Grande parte do orçamento é composto por despesas obrigatórias, ao passo que é bem provável que vejamos as despesas discricionárias sendo reduzidas se a informação for verdadeira e efetivada”, diz Étore Sanchez, economista e sócio da Ativa Investimentos.

A movimentação de Bolsonaro em conceder o reajuste é mais uma tentativa em articular uma base aliada para ganhar apoio nas eleições. Porém, os gastos do governo impactam ainda mais na inflação, que mesmo com a alta taxa de juros atual ainda não demonstrou sinais de arrefecimento. “Expandiremos mais uma vez os gastos, de maneira perene, no governo Bolsonaro, em um momento econômico em que se deveria repensar a estrutura administrativa brasileira”, aponta Sanchez.  Para o economista, a melhor estratégia para o presidente seria não conceder o reajuste, visto que a recompensa para o ambiente de negócios é mais negativa em conceder do que em não fazê-lo.

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