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Polícia Federal espera que Brasil peça extradição de ex-CEO da Americanas

Diretor-geral da PF não descarta que Miguel Gutierrez cumpra pena na Espanha, onde mora há mais de um ano

Por Márcio Juliboni Atualizado em 28 jun 2024, 21h35 - Publicado em 28 jun 2024, 17h05

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que a corporação pediu ao governo brasileiro que negocie a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas acusado de chefiar um esquema bilionário de fraudes na companhia com o objetivo de mascarar resultados e inflar os bônus pagos aos executivos. Morando há mais de um ano em Madri, Gutierrez era considerado foragido da Justiça e foi preso nesta sexta-feira, 28.

“A Polícia Federal nos representou pela difusão vermelha (sistema da Interpol que relaciona foragidos no exterior) e pela extradição dessa pessoa”, afirmou Rodrigues à GloboNews hoje.

Repatriar Gutierrez, no entanto, vai requerer esforços diplomáticos do Brasil, já que o ex-presidente da Americanas possui cidadania espanhola, e o país não costuma extraditar seus cidadãos. “O Poder Judiciário brasileiro, via autoridade central, deve encaminhar a solicitação de extradição à Espanha, que, então, fará a análise jurídica”, disse o comandante da PF. De acordo com Rodrigues, essa avaliação envolverá diversas “nuances”, como o momento em que Gutierrez adquiriu a cidadania espanhola e a gravidade do delito de que é acusado.

Outra possibilidade é que o ex-executivo cumpra a pena fora do Brasil. “A partir dessa análise, vamos poder entender os caminhos; se há possibilidade de extradição, em que pese a dupla cidadania, ou até mesmo o cumprimento da pena na Espanha.”

Gutierrez foi preso na manhã desta sexta-feira, 28, em Madri, na Espanha. Ele foi alvo da Operação Disclosure, deflagrada ontem pela Polícia Federal, e tinha mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça brasileira. O ex-executivo ingressou na Americanas em 1993 e, por quase 20 anos, ocupou a cadeira de CEO da varejista.

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A partir de investigações da Polícia Federal e de acordos de delação premiada de ex-funcionários, Gutierrez foi apontado como o líder de um esquema que fraudou sistematicamente as contas da Americanas, com o objetivo de melhorar resultados e, assim, maximizar o valor das ações e dos bônus à diretoria.

Entre agosto de 2022, quando soube que seria substituído por Sergio Rial, e janeiro de 2023, quando seu sucessor assumiu a companhia, Gutierrez embolsou mais de 171 milhões de reais com a venda de suas ações. O movimento visava antecipar a potencial queda dos papéis, caso Rial descobrisse as fraudes que comandou por quase duas décadas. No total, onze executivos venderam 288 milhões de reais em ações no mesmo período – e pelo mesmo motivo.

Andrei Rodrigues encontra-se em Lisboa, onde pretende obter o apoio das autoridades locais para localizar e prender outra foragida do esquema, Anna Saicali, ex-presidente da B2W, o braço de e-commerce da Americanas, e considerada o braço direito de Gutierrez nas fraudes. Saicali embolsou quase 60 milhões de reais com a venda de suas ações, antes que as fraudes fossem descobertas. As investigações apontam que a ex-executiva viajou para Portugal em 15 de junho com um visto de trabalho.

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