Os duros números da economia que acabam de cair no colo de Bolsonaro
Aumento da gasolina e queda na atividade econômica denotam que a economia não está bombando, diferente do que diz o presidente
O governo de Jair Bolsonaro (PL) não poupou esforços para melhorar os índices econômicos nos meses que antecederam as eleições deste ano, que culminaram na disputa entre o atual mandatário e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A redução artificial do preço dos combustíveis e os estímulos à atividade econômica por meio da anabolização do Auxílio Brasil e o estouro do teto de gastos tiveram efeito e foram percebidos pela população — colaborando, inclusive, para o aumento da popularidade do atual presidente. A artificialidade do bom momento econômico, porém, começou a ruir. O aumento do preço médio da gasolina nos postos, registrado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), de 4,79 reais para 4,89 reais e a queda de 1,1% da atividade econômica em agosto em relação a julho denotam o que tentou se esconder durante os meses de campanha: a economia não está bombando.
O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga já comentou a VEJA que a economia trouxe um resultado melhor que o esperado, no primeiro semestre, no momento da volta da atividade, saindo do isolamento social, mas que esse não era um movimento sustentável. A mesma análise foi feita por instituições como o Credit Suisse e a Austin Rating, de que a tendência era a economia voltar para o ritmo de crescimento medíocre que caracteriza as últimas décadas da economia brasileira. Só ninguém esperava que essa diminuição de ritmo pudesse acontecer tão cedo, depois de tantos incentivos governamentais.