Oferta para privatizar Sabesp deve ser definida em 2024, indica CEO
“Imagino que ao longo do primeiro semestre do ano que vem tenhamos isso definido”, diz André Salcedo em entrevista ao Radar Econômico
Por mais que o governo do estado de São Paulo tenha revelado os moldes da privatização da Sabesp na terça-feira, primeiro de agosto, as ações da companhia acumulam perdas consideráveis nos últimos dias devido a incertezas persistentes acerca do processo. A privatização vai ocorrer por meio de uma oferta de parte das ações do governo, hoje com participação de 50,3% na empresa. No entanto, o governo não cravou qual será o tamanho da oferta e o perfil do comprador — a ideia é que seja escolhido um parceiro estratégico.
Em entrevista ao Radar Econômico, o presidente da empresa, André Salcedo, foi indagado sobre quando a Sabesp deve bater o martelo sobre a fatia a ser vendida. O presidente da companhia indicou que a decisão será tomada no primeiro semestre de 2024. “Imagino que ao longo do primeiro semestre do ano que vem tenhamos isso definido, porque, para fazer uma oferta na metade do ano, tem que definir alguns meses antes”, diz Salcedo.
A indefinição acerca do tema e da escolha do comprador dos papéis, além da necessidade de ser feita uma negociação com os municípios do estado antes das eleições municipais do ano que vem, fizeram a cotação da companhia desabar cerca de 4,3% na terça-feira.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acredita que a privatização pode alavancar 10 bilhões de reais em investimentos na universalização do saneamento básico, que assim poderia ser adiantada de 2033 para 2029. “Hoje, temos uma capacidade de investimento dada a nossa situação de empresa estatal, com um ciclo de contratação que é mais demorado e trabalhoso, lei de licitações, órgãos de controle”, complementa Salcedo.
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