Por que ações caem após anúncio “positivo” da privatização da Sabesp
VEJA Mercado: analistas elogiam movimento, mas apontam calendário apertado e riscos para o sucesso do projeto
As ações da Sabesp desabavam 5% por volta das 13h desta terça-feira, 1º. Era o maior percentual de queda entre as empresas listadas no Ibovespa até então. A baixa acontece logo depois de o governo do Estado de São Paulo revelar os moldes do projeto de privatização da estatal de água e saneamento. O objetivo é concluir a desestatização até o primeiro semestre de 2024. O processo vai acontecer por meio de um follow-on, isto é, uma oferta pública de parte das ações do governo — que detém 50,3% de participação na companhia.
A Sabesp deseja comercializar essa fatia a um parceiro estratégico. No entanto, nem o percentual a ser vendido e tampouco o perfil do novo parceiro foram definidos. Além disso, o governo precisa negociar as áreas de concessão, desembolsos e pagamentos com os municípios. As eleições para as prefeituras podem prejudicar as discussões. Dadas as incertezas e o pouco espaço de tempo para a conclusão do negócio, alguns analistas preferem adotar cautela.
“Vemos como uma notícia positiva, no entanto, vários assuntos essenciais ainda precisam ser abordados. A venda de participação a um sócio estratégico chamará a atenção dos investidores para a nova estrutura de governança. O modelo regulatório é outra questão crítica, visando a reduzir tarifas e garantir que os municípios recebam por seus direitos de concessão. Por fim, o desafio político é dialogar com os poderes Legislativo e Executivo paulistas”, avaliam os analistas da XP Investimentos em relatório enviado a clientes.
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