Em sessão volátil, bolsa se desgruda do externo e volta aos 105 mil pontos
VEJA Mercado: pregão foi marcado por recuperação de papéis do varejo e construção, enquanto frigoríficos patinaram em meio ao receio de piora nas margens
VEJA Mercado | Fechamento | 3 de dezembro.
Tem sido difícil de acontecer, mas o Ibovespa conseguiu se desgrudar do mau humor externo em uma sessão volátil marcada por ganhos e perdas e que se encerrou em alta de 0,58%, a 105.069 pontos. O payroll americano revelou a criação de 210 mil empregos em novembro, contra uma expectativa de 550 mil do mercado, o que derrubou as bolsas por lá. Nasdaq e S&P 500 fecharam em quedas de 1,86% e 0,85%, respectivamente. Segundo os analistas, o Ibovespa se descolou das bolsas externas em função de alguns fatores. “O principal é que a bolsa não tem mais para onde cair, é a que tem o pior desempenho entre os principais índices. O segundo é a percepção de que a inflação chegou no pico, seja pelos aumentos na Selic ou pela desaceleração da economia, e o pico inflacionário é um forte indicador de compra”, avalia Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch. “E o mercado ainda quer acreditar a todo custo que a PEC dos Precatórios enterra de vez a piora do risco fiscal brasileiro”, pontua.
O destaque positivo ficou por conta da Méliuz, que não apenas disparou, mas arrematou uma expressiva alta de 32,9% após revelar um crescimento recorde de 87% no valor bruto de mercadorias (GMV) no último mês de novembro em função da Black Friday. Empresas como Cyrela e Magazine Luiza subiram 7,5% e 4,3%, respectivamente, e respiraram após a curva de juros futuros cair com a expectativa de arrefecimento na inflação para os próximos meses. O DI para 2024 recuou 2,56%, a 11,02%, enquanto o para 2027 fechou em queda de 3%, a 10,94%. No lado das baixas, Marfrig e JBS derreteram 8,3% e 4,8% após um relatório do Bradesco BBI que rebaixou a recomendação de compra por uma suposta deterioração das margens do setor nos Estados Unidos, e indicou que a redução de oferta para 2022 pode elevar ainda mais os custos para essas empresas.
Mesmo com a bolsa em alta, o dólar não cedeu e também subiu. A moeda americana avançou 0,35%, a 5,680 reais. Entenda o porquê.
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