Como ex-diretor da Americanas recebeu notícia de mais um processo
Para José Timotheo de Barros, Assembleia que definiu por sua responsabilização civil ocorre em 'total descompromisso com a verdade'
O ex-diretor da Americanas, José Timotheo de Barros, um dos acusados de causar um rombo de 25 bilhões de reais na companhia, encaminhou uma carta ao executivo Eduardo Saggioro Garcia, presidente do Conselho de Administração da Americanas, para que fosse lida durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que decidiu pelo ingresso de ações de responsabilidade civil contra os acusados. A carta não foi lida.
Na carta, que o Radar Econômico obteve com exclusividade, Barros diz que ‘sempre exerceu suas atividades de maneira honesta e em rígida observância a tudo que era estipulado internamente pelo sistema de Governança Corporativa da Americanas’ e que aquela AGE aconteceria em ‘total descompromisso com a busca da verdade real, eis que a pretendida deliberação ocorre antes da conclusão de investigações ainda em curso, a cujos elementos de apuração nem mesmo as defesas técnicas dos investigados obtiveram pleno acesso”.
O ex-executivo diz ainda que ‘diante do evidente caráter ilegal e da aparente parcialidade’ deixaria de comparecer à AGE. “Oportunamente, exercerá sua defesa, na qual sua inocência será provada, mediante uma apuração ampla, justa e legítima”, completa.
Em nota, a Americanas diz que o conteúdo da carta foi disponibilizado para conhecimento de todos os participantes da AGE e que “os resultados do trabalho do Comitê Independente, que seguem sob sigilo das autoridades e com acesso restrito às partes, também corroboram, por caminhos próprios, o que foi até o momento divulgado pelas investigações criminais”. A companhia ‘reafirma que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e na responsabilização civil e criminal de todos os envolvidos’.