Bolsa segue estável em dezembro de olho em Copom e corrida de Haddad
Ibovespa varia -0,19% no início do mês; grandes decisões estão pendentes antes que o ano acabe

VEJA Mercado | Fechamento da semana | 4 a 8 de dezembro
O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, encerrou a semana em queda acumulada de 0,85%, de modo que oscilou apenas -0,19% nos primeiros pregões de dezembro, praticamente estável. Faltando apenas três semanas para o fim do ano, algumas sinalizações políticas remanescentes devem influenciar o humor dos investidores. De um lado, a política monetária do país tem uma deliberação com data marcada. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidirá sobre o futuro da taxa-básica de juros, a Selic, na quarta-feira, 13. Já em outra instância de Brasília, o Congresso Nacional, paira certa imprevisibilidade sobre os últimos movimentos de 2023.
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, corre contra o tempo para aprovar as principais medidas econômicas que restam antes do recesso parlamentar. Haddad inclusive cancelou sua ida à reunião do Mercosul ocorrida na última semana, no Rio de Janeiro, para articular as pautas de interesse de sua pasta. Ao invés, se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na quinta-feira, 7. “Eu estou muito confiante que o Congresso vai avaliar todas as medidas e sabe da importância da gente buscar o equilíbrio das contas públicas”, disse o ministro após a conversa com Pacheco.
A preocupação imperante na Fazenda é de não conseguir a arrecadação almejada para 2024 a partir de medidas ainda a serem chanceladas pelo Congresso. Se Haddad for bem-sucedido, será nos 45 minutos do segundo tempo, faltando cerca de duas semanas para o recesso dos parlamentares. Apesar da enorme dificuldade, o ministro se prestou o papel de mandar um recado um tanto quanto ousado ao Banco Central. Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre — que veio acima da expectativa do mercado, com crescimento de 0,1% — Haddad disse que, para o PIB crescer como desejado, o BC “precisa fazer o trabalho dele”. Por ora, o déficit zero prometido pela Fazenda para 2024 não está à vista, enquanto o mercado projeta que a inflação — responsabilidade do BC — ficará dentro da meta tanto em 2023 quanto no próximo ano.
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