PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história

Apesar de tudo, a reforma tributária avança

A criação de uma comissão mista de deputados e senadores é sinal inequívoco do compromisso de avançar na reforma, malgrado a ausência do governo federal

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 21 fev 2020, 10h53 - Publicado em 21 fev 2020, 10h50

Ainda há muito ceticismo em torno da reforma tributária. Prevalecem visões dos tempos em que governadores se opunham à medida, o que não é o caso agora. Todos já se manifestaram favoráveis à ideia de substituir o caos da tributação do consumo por um moderno imposto sobre e bens e serviços (IBS), cobrado sobre o valor agregado (IVA) ao longo da cadeia de produção e comercialização. Além dos enormes ganhos de eficiência e produtividade, as exportações seriam turbinadas pela possibilidade de isenção total do IBS.

Há ruídos em torno da reforma, mas nada que não possa ser suplantado. Tributaristas bem reputados não concordam com a reforma, presos a questões formais, sem enxergar seu imenso potencial de benefícios sociais e econômicos. Semana passada, empresários reunidos na Associação Comercial de São Paulo, ao lado de pessoas contrárias à reforma, assinaram manifesto cheio de impropriedades, inclusive a reivindicação de se recriar a CPMF.

Há um problema político, decorrente do fato de a reforma aumentar a tributação dos serviços. O Brasil tem uma baixíssima tributação desse setor, hoje a cargo dos municípios (ISS), com alíquota de 5%, enquanto a do ICMS é de 18% ou mais. Serviços como os da Netflix pagam menos impostos do que bens de consumo popular. É o caso também de serviços de saúde, educação, lazer e viagens, que são consumidos pelas classes mais favorecidas.

A reforma prevê uma alíquota única para todos os bens e serviços, como ocorre nos melhores sistemas de tributação do consumo no mundo. É possível que, para salvar a reforma diante das pressões contra o aumento da tributação dos serviços, seja necessário admitir duas alíquotas, a menor das quais sobre os serviços. Há países que adotam mais de uma alíquota em seu IVA.

Apesar de tudo isso, a reforma tributária tem caminhado bem no Congresso, mesmo sem a participação do Executivo, fundamental para melhorar seu conteúdo e lidar com os problemas da transição. Afinal, não será trivial substituir um sistema caótico de tributação do consumo. Até hoje, a União ainda não apresentou suas ideias sobre a reforma.

Continua após a publicidade

Apesar de todas essas dificuldades, dá para manter um otimismo moderado sobre as chances de o Congresso aprovar uma boa reforma tributária, ainda que um pouco distante do ideal preconizado na PEC 45, de autoria do deputado Baleia Rossi e baseada em excelente estudo do Centro de Cidadania Fiscal, sob liderança do economista Bernard Appy.

Na última quarta-feira, os presidentes da Câmara e do Senado criaram uma comissão mista para elaborar um texto de consenso. Formada por 25 deputados e 25 senadores. O objetivo é consolidar propostas de reforma das duas Casas e produzir texto único.

Trata-se de procedimento não usual no Congresso, o que sinaliza o empenho de seus líderes e a percepção de sua relevância para a retomada mais vigorosa do crescimento da economia, da renda e do emprego. Não será surpresa se a reforma for aprovada na Câmara ainda neste semestre. No Senado, ficaria para o segundo semestre ou para o primeiro do próximo ano. Vamos torcer.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.