Bolsonaro já está em 2022, remédios para inflação e jabutis da Eletrobras
VEJA Mercado: bolsa abre hoje pressionada por uma série de notícias não tão animadoras
VEJA Mercado Abertura, 17 de junho.
As notícias para a abertura do mercado nestas quinta-feira não são muito animadoras. O BC e o Fed sinalizaram que vão ser mais duros que o esperado para combater a inflação, ou seja, juros mais altos. A decisão do Fed foi divulgada ainda com o mercado aberto e já afetou as bolsas ontem. Hoje os mercados futuros americanos já apontam nova queda. O BC brasileiro deixou claro que a pressão inflacionária está maior do que a esperada e fez questão de mencionar a crise hídrica, mas o resultado foi divulgado após o fechamento e só vai influenciar o pregão de hoje.
Além disso, o mercado brasileiro ainda vai ter que lidar com a notícia dada por Adriana Fernandes, no jornal O Estado de S.Paulo, que diz que o presidente Jair Bolsonaro pediu a Paulo Guedes que reajuste os salários de servidores em 5% no próximo ano, já pensando nas eleições. Isso depois de ter anunciado um Bolsa Família maior do que o combinado e ainda mais duas ou três parcelas de auxílio emergencial. Na prática, mais gasto significa pressão sobre o já pressionado teto de gastos. A notícia também sinaliza uma ameaça à reforma administrativa que corre na Câmara. Nos corredores do Congresso, é clara a percepção de que o governo não quer fazer reforma já pensando na eleição.
Outro ponto negativo para o mercado é o relatório da MP da privatização da Eletrobras do senador Marcos Rogério, divulgado ontem à noite e que só ampliou o volume de jabutis na medida. Se o problema eram as térmicas a gás, o senador resolveu propor até subsídios para térmicas a carvão. A aprovação da MP ficou ameaçada. A medida seria apreciada ontem pelo Senado, mas a votação acabou sendo transferida para hoje.
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