Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Zika pode prejudicar o feto em qualquer fase da gravidez

Um estudo feito pela Fiocruz e pela Universidade da Califórnia mostrou que a infecção pelo vírus pode ser prejudicial não apenas no primeiro trimestre, como se imaginava

Por Da Redação
8 mar 2016, 14h02

A infecção por zika pode prejudicar o feto em qualquer fase da gravidez, e não apenas nas primeiras semanas de gestação. A conclusão é de uma pesquisa publicada recentemente na revista científica The New England Journal of Medicine.

O estudo, realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, acompanhou a gestação de 42 mulheres infectadas por zika. Destas, 29% esperavam bebês com alterações no sistema nervoso central. Nenhuma delas apresentou outro fator de risco para microcefalia, como sífilis, citomegalovírus e rubéola haviam sido afastadas nos exames.

A pesquisa que teve início em setembro, ou seja, antes de o Ministério da Saúde decretar a microcefalia uma emergência em saúde pública, acompanhou 88 mulheres com sintomas de zika: manchas vermelhas no corpo, conjuntivite, dor de cabeça e dores nas articulações. Destas, 72 (82%) tiveram diagnóstico positivo para a doença e apenas 42 aceitaram ser acompanhadas e realizar ultrassonografia. As 16 que tiveram teste negativo para zika também passaram por exames de imagem.

Os filhos de mulheres contaminadas entre a 5ª e a 38ª semanas de gravidez apresentaram malformações, como microcefalia, calcificações cerebrais, restrição de crescimento intrauterino, ausência de hemisférios cerebrais. A infecção pelo vírus também afetou a função placentária e houve casos de grávidas com pouco líquido e até mesmo com ausência de líquido amniótico. Dois fetos, cujas mães haviam adoecido na 25ª e na 32ª semanas de gestação, morreram.

Das 42 participantes, 12 esperavam bebês com malformações. As ultrassonografias mostraram que cinco deles tinham restrição de crescimento intrauterino (com ou sem microcefalia); quatro apresentavam calcificações cerebrais, dois tinham outras lesões do sistema nervoso central. Sete gestações apresentaram níveis insuficientes de líquido amniótico e quatro fetos tinham fluxo anormal nas artérias cerebrais ou umbilicais.

Continua após a publicidade

Leia também:

OMS deverá reavaliar estratégias contra o zika

Estudo comprova ligação entre zika e danos cerebrais no feto

Seis mulheres deram à luz e os achados na ultrassonografia foram confirmados: um bebê tinha microcefalia severa e atrofia cerebral; dois bebês diagnosticados com restrição do crescimento intrauterino foram considerados pequenos ao nascer e com cabeças proporcionais e um bebê, cuja mãe apresentou pouco líquido amniótico, nasceu com tamanho adequado para a idade gestacional. Duas das mulheres que não tiveram zika tiveram bebês sem nenhuma alteração.

Continua após a publicidade

Outro dado chamou a atenção dos pesquisadores foi o de que 88% das grávidas já haviam tido dengue. As participantes relataram ainda que outros parentes haviam contraído zika – 21% delas disseram que seus companheiros adoeceram.

Para os pesquisadores, esses resultados “fornecem apoio adicional” para mostrar a ligação entre a infecção de grávidas por zika e “anomalias fetais e placentárias”. “Apesar de os sintomas clínicos leves, a infecção pelo vírus zika durante a gravidez parece estar associada a resultados graves, como morte fetal, insuficiência placentária, restrição de crescimento fetal, e lesões do sistema nervoso central”, escreveram os pesquisadores.

Diante dos resultados, os autores recomendam que essas pacientes sejam cuidadosamente acompanhadas para avaliar os sinais de insuficiência placentária, que podem levar à morte do feto. O estudo, que reúne pesquisadores de diferentes instituições ligadas à Fiocruz, como o Instituto Nacional de Infectologia (INI) e o Instituto Fernandes Figueiras, ainda não foi encerrado. As crianças nascidas dessas mães serão acompanhadas por longo prazo em outras fases da pesquisa.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.