Para PF, Bolívia aumentou plantação de coca no governo Morales
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa,participou de audiência no Senado
A Bolívia entrou no foco das eleições presidenciais do Brasil após o candidato do PSDB, José Serra, afirmar que o governo da Bolívia é “cúmplice” do tráfico de cocaína
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta terça-feira que o tráfico de cocaína para o Brasil é de origem predominantemente boliviana. Ela citou dados da Organização das Nações Unidas (ONU) que demonstram que a área de plantio da coca cresceu nos últimos anos, durante o governo Evo Morales. Corrêa participou de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para expor as ações implementadas pelo órgão nas áreas de fronteira para o combate ao narcotráfico.
“O que é público e notório que a ONU [Organização das Nações Unidas] atestou em seu relatório é que a área plantada [de coca no governo Morales] aumentou. No mínimo, em torno de dois terços ou pouco mais da metade da droga que se apreende no Brasil comprovadamente é boliviana. Então, nós temos que enfrentar a questão da matéria prima, da oferta lá na origem, além dos cuidados de contenção de fronteira”, afirmou Corrêa.
Por conta de um acordo bilateral com o governo boliviano, a PF tem pessoal de inteligência atuando na Bolívia. O objetivo, segundo o diretor-geral, é identificar a origem da produção e o destino das drogas, “o que tem permitido fazer as apreensões”. Quanto à erradicação do plantio de coca, Corrêa disse ser necessário se respeitar a tradição cultural do povo boliviano, inclusive com a utilização do produto na fabricação de medicamentos. O importante, acrescentou, é que bolivianos e brasileiros atuem conjuntamento no combate à oferta da cocaína e derivados, como o crack.
A Bolívia entrou no foco das eleições presidenciais do Brasil após, em maio, o candidato do PSDB, José Serra, afirmar que o governo da Bolívia é “cúmplice” do tráfico de cocaína para o Brasil. A candidata do PT, Dilma Rousseff, disse, na época, que o tucano “incriminou” o governo boliviano sem provas.