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Mensaleiro Henrique Pizzolato é preso na Itália

Condenado pelo Supremo no julgamento do mensalão, ex-diretor do Banco do Brasil estava foragido desde o dia 15 de novembro na Itália

Por Alana Rizzo
5 fev 2014, 11h39

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi preso nesta quarta-feira em uma operação conjunta da Polícia Federal e da polícia italiana. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, ele estava foragido desde 15 de novembro.

Ele foi preso na cidade de Maranello, no norte da Itália, onde vive um familiar.

Pizzolato estava inscrito na lista de procurados da Interpol, que emitiu alerta vermelho para os 190 países membros no ano passado. Ele deixou clandestinamente o Brasil dias antes de o STF emitir sua ordem de prisão. Fazendo uso de sua dupla cidadania, o mensaleiro se escondeu na Itália. A fuga foi feita pelo Paraguai, na cidade fronteiriça de Pedro Juan Caballero. De lá, teria seguido para a Argentina e embarcado em um voo para a Europa. Na manhã de 15 de novembro do ano passado, quando era esperada sua apresentação na Polícia Federal do Rio de Janeiro, o advogado Marthius Lobato telefonou para o delegado de plantão, Marcelo Nogueira, avisando que Pizzolato estava na Itália.

Ele foi considerado culpado dos crimes de peculato, corrupção passiva e formação de quadrilha. Com sua pena de doze anos e sete meses de prisão, iniciaria o cumprimento da pena em regime fechado no Brasil.

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Leia também: A fuga do mensaleiro Pizzolato para a Itália

Perfil – Pizzolato teve papel central no abastecimento do mensalão. Ele permitiu o desvio de mais de 77 milhões de reais para o esquema criminoso, e embolsou ao menos 326.000 reais em propina. Em uma carta, o petista anunciou que pediria um novo julgamento na Justiça italiana – a mesma que, segundo o próprio PT, agiu de forma persecutória ao condenar o terrorista Cesare Battisti.

O ex-diretor do BB teve função primordial no esquema do mensalão porque permitiu o abastecimento financeiro do esquema criminoso. As fraudes comandadas por ele no fundo Visanet somam 73,8 milhões de reais – valor que foi desviado para empresas do publicitário Marcos Valério com a utilização de notas frias. Outros 2,9 milhões de reais foram pagos indevidamente, como bônus, a uma das agências de Valério. Do núcleo publicitário, o dinheiro era distribuído a parlamentares da base aliada.

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O petista também admitiu ter recebido um envelope com 326.000 reais no Banco Rural. Os recursos foram oferecidos por Marcos Valério. Pizzolato diz que apenas transportou o objeto até o PT: “Eu não sabia que era dinheiro. Fui usado”, disse ele. O Supremo Tribunal Federal não acreditou na farsa.

Servidor de carreira do Banco do Brasil, trabalhou na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, como arrecadador de fundos. Depois, assumiu a diretoria no BB. Antes mesmo do mensalão, foi acusado de direcionar recursos públicos para grupos vinculados ao PT. Em 2004, por exemplo, autorizou o Banco do Brasil a comprar 70.000 reais em ingressos de um show cuja renda foi revertida para o partido.

O petista, que tem uma predileção especial por gravatas-borboletas, comprou um apartamento no Rio de Janeiro pouco tempo depois de receber os 326.000 reais do esquema. Pagou 400.000 reais pelo imóvel – 300.000 no ato da compra. Após o escândalo, ele pediu aposentadoria do banco e passou a receber vencimentos de 13.000 reais.

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