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Ex-presidentes da Câmara, Henrique Alves e Eduardo Cunha ocultaram propinas no exterior, diz PGR

Em denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, obtida por VEJA, o ex-ministro do Turismo e o ex-presidente da Câmara são acusados de receberem recursos ilícitos em contas offshores

Por Thiago Bronzatto
8 jul 2016, 20h09

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro do Turismo Henrique Alves (PMDB-RN), antecessor de Cunha, tiveram de renunciar recentemente ao cargo que ocupavam pelo mesmo motivo: os dois são acusados de terem contas secretas no exterior. De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra os dois peemedebistas, obtida por VEJA, Cunha e Alves, com “comunhão de desígnios e divisão de tarefas, no Brasil e na Suíça”, “ocultaram e dissimularam a origem, a localização, a disposição, a movimentação e a propriedade de valores provenientes diretamente de diversos crimes de corrupção”.

VEJA

Rasgadinho - Henrique Eduardo Alves
Rasgadinho – Henrique Eduardo Alves (VEJA)

Documentos enviados por autoridades suíças revelam que Henrique Alves recebeu propina no exterior, a pedido de Cunha. Os recursos considerados ilícitos foram pagos pela construtora Carioca Engenharia, integrante do consórcio responsável pela execução da obra do Porto de Maravilha, no Rio de Janeiro. Com a anuência do ex-presidente da Câmara, o projeto recebeu 3,5 bilhões de reais do FI-FGTS, fundo administrado pela Caixa que investe o dinheiro do trabalhador em obras de infraestrutura. Em troca do benefício, a empreiteira transferiu dinheiro para as contas bancárias de offshores. Uma delas, a Bellfield, sediada em Cingapura, é ligada a Alves – e recebeu, no fim de 2011, 832 975 francos suíços, o correspondente a 1,6 milhões de reais, em valores da época.

A relação entre Cunha, Alves e a offshore Bellfield ficou ainda mais evidente com a farta documentação enviada pelos investigadores da Suíça às autoridades brasileiras. Para abrir uma conta em nome da empresa, o ex-ministro do Turismo concedeu cópia de seu passaporte e uma carta de recomendação do Banco do Brasil. Num formulário, consta, por exemplo, até o endereço do apartamento funcional da Câmara dos deputados utilizado por Alves – e um manuscrito que revela que a instituição financeira escolhida pelo peemedebista para administrar a sua fortuna foi indicada por Cunha.

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Rasgadinho - Henrique Eduardo Alves
Rasgadinho – Henrique Eduardo Alves (VEJA)

Diante da vasta documentação e dos depoimentos de diferentes delatores, a Procuradoria-Geral da República denunciou Henrique Alves e Eduardo Cunha por crimes de corrupção passiva e ocultação de bens.Há ainda outros laços comerciais entre os dois peemedebistas aliados. A Bellfield e a offshore Netherton, ligada a Cunha, ocupam o mesmo endereço em Cingapura – e foram abertas no banco Julius Bär, em Genebra, na Suíça, por meio do escritório Posadas Y Vecino Consultores, do Uruguai, no mesmo dia. Esses e outros indícios reforçam a suspeita dos investigadores de que os dois peemedebistas agiram em conjunto para desviar recursos do FI-FGTS e ocultar esses valores no exterior.

Procurado, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha disse que não pode comentar a acusação, porque precisa conhecer o conteúdo da denúncia. O advogado Marcelo Leal, que defende o ex-ministro Henrique Alves, afirmou que está absolutamente tranquilo quanto à inocência de seu cliente e que provará isso no curso do processo.

Rasgadinho - Henrique Eduardo Alves
Rasgadinho – Henrique Eduardo Alves (VEJA)
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