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Dilma perdeu tempo com crises e deixou reformas de lado

Presidente passou o primeiro ano de governo apagando incêndios causados por escândalos de corrupção e pela base aliada

Por Da Redação
30 dez 2011, 06h00

“Faxina seria a disposição do governo de limpar a casa. O vaso quebrou e Dilma só recolheu os cacos”, Carlos Melo, cientista político

O primeiros ano do governo Dilma Rousseff foi marcado pela personalidade forte da presidente, pela elegância dela na relação com os adversários políticos e pelo tempo gasto por ela para lidar com crises ministeriais. Essa é a visão de cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado, que consideraram a rotina de crise maléfica para a governabilidade. Segundo os analistas, ao gastar tempo e energia administrando denúncias, o governo perdeu uma oportunidade única de emplacar as reformas necessárias, como a política e a tributária.

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“Não foi um ano transformador. Ela ficou administrando os conflitos da base”, diz Carlos Melo, do Insper. Os analistas afirmam que o primeiro ano do governo é o momento ideal para a implementação de reformas, já que o presidente assume a administração com o respaldo das urnas. “Um governo novo tem mais força política para fazer reformas”, diz o cientista político Rubens Figueiredo.

Mas se Dilma passou o ano consertando o “malfeito”, ela ganhou o apoio da população ao se mostrar intolerante com a corrupção. “Ao contrário do governo anterior, as denúncias de corrupção tiveram consequências”, diz Figueiredo. A ideia de “faxina” ganhou destaque, mas os analistas apontam que a impressão de “limpeza profunda” não condiz com a realidade. “Faxina seria a disposição do governo de limpar a casa. No caso, o vaso quebrou e Dilma só recolheu os cacos”, afirma Carlos Melo.

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Mesmo com uma reforma ministerial, a qualidade da base de apoio impede que a presidente se livre do ciclo de denúncias. “Enquanto a gente tiver essa composição, e a sociedade tem culpa porque vota mal, não tem faxina. Ela pode se livrar de alguns móveis velhos, mas faxina de verdade é mais difícil”, diz o professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley.

Oposição – A rotina de troca de ministros, embora tenha agradado a opinião pública, comprometeu o desempenho do governo Dilma Rousseff, indicam os cientistas políticos. “É como em uma empresa. Se você começar a trocar toda hora a diretoria, vai ter problema de performance. Cada um que entra compromete a ação administrativa”, afirma Figueiredo. “No Brasil, a boa administração briga com a política.”

Refém dos interesses da base aliada, a presidente não teve força para emplacar sua agenda e teve de negociar para não perder a governabilidade. Por isso, mesmo com a ineficiência da oposição, os analistas acreditam que os partidos aliados acabaram agindo como inimigos. “A oposição não foi dos partidos de oposição, que foram uns zero à esquerda. Ela teve mais oposição dentro de casa”, diz Carlos Melo.

Dilma aproximou-se dos governadores da oposição e tratou com elegância o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), menosprezado por Lula durante oito anos. “Ela se mostrou uma presidente sensível, com uma postura menos bélica”, diz Rubens Figueiredo.

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(Com Agência Estado)

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