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Peru: boca de urna aponta Humala em primeiro lugar

Candidatos não devem conseguir maioria simples dos votos e decisão presidencial terá segundo turno, em junho; Keiko Fujimori vem em segundo

Por Da Redação
11 abr 2011, 09h30

O candidato Ollanta Humala, de 48 anos, está em primeiro lugar nas eleições para presidente do Peru, com 31,6% dos votos, de acordo com uma pesquisa boca de urna feita pela Ipsos-Apoyo. Os dados mostram também que Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, está em segundo lugar, com 21,4%, seguida pelo ex-primeiro-ministro peruano, Pedro Pablo Kuczynski, com 19,2%. O resultado oficial da votação deve ser divulgado por volta das 22h (horário de Brasília).

Até o boletim anterior Keiko Fujimori, filha do detido ex-presidente Alberto Fujimori, estava em terceiro lugar, atrás de Kuczynski, com três pontos a menos, mas a diferença foi sendo encurtada com o avanço da apuração. O ex-presidente Alejandro Toledo aparece na quarta posição, com 15,1% dos votos.

Ollanta Humala – O candidato pretende aumentar a presença do estado na economia do Peru e nacionalizar setores e recursos estratégicos, como o petróleo e o gás. “Agora é a vez dos pobres”, disse o ex-militar de 48 anos com grandes chances de passar para o segundo turno, de acordo com pesquisas que o apontam com 31% das intenções de voto. Humala se inspira em Lula, mas já foi comparado a Hugo Chávez, principalmente devido à sua promessa de reformar a Constituição seguindo modelo que foi implantado na Venezuela e adotado em países como Bolívia, Equador e Nicarágua.

Keiko Fujimori – Em sua carreira política, ocupou o cargo de primeira-dama quando sua mãe se separou de seu pai e foi a deputada mais votada em 2006. Em 2000, depois que Alberto Fujimori sofreu impeachment após dez anos no poder, Keiko se voltou ao assistencialismo. Apesar de ressaltar seu comprometimento com a democracia e com a luta contra a corrupção, a candidata representa a herança de Fujimori nas eleições, o que resulta em uma taxa de 50% de rejeição.

Desafios – Quem quer que vença o processo eleitoral, que começou no domingo e termina em 5 de julho, herdará um país com uma enorme dívida social, mas também com uma economia relativamente estável. Nos últimos anos, a economia peruana cresceu a uma média de 7%, o maior crescimento da região. O progresso é devido à alta dos preços dos minerais, uma das principais bases de sua economia primária-exportadora, com uma política voltada à ampliação do livre comércio e da atração de investimentos estrangeiros.

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O lado negativo é o gap social entre ricos e pobres. Cerca de um terço dos cerca de 30 milhões de peruanos vive na linha da pobreza. “A desigualdade social aumentou. A maior parte da população vê que há geração de riquezas, mas que não chegam até elas”, afirmou à BBC Brasil o sociólogo David Sulmont, professor da Universidade Católica do Peru. “A economia cresceu mais do que o bem-estar da população”. Este é o maior desafio do futuro presidente.

(Com agência France-Presse)

Leia no blog do Reinaldo Azevedo:

Diante da possibilidade aterradora de um confronto entre Humala e Keiko, o escritor Vargas Llosa resumiu: “É como ter de escolher entre o câncer e a AIDS”. A imagem pode não ser muito feliz, mas dá conta do risco. Se Kuczynski passar mesmo para o segundo turno, há uma chance de o país continuar no rumo certo. A eleição vai se dar só no dia 5 de junho. Quem sabe, até lá, haja tempo de contar aos peruanos que a inspiração de Humala não é exatamente Lula, mas os esquerdopatas do Foro de São Paulo. Se, no entanto, for Keiko a se defrontar com o chavista, então Deus tenha do Peru a piedade que os peruanos não tiveram.

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