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Páginas religiosas batem recordes no Facebook

O número de pessoas discutindo fé na rede social aumentou significativamente no último ano - e esses usuários são dos mais ativos

Por Jennifer Preston
17 set 2011, 09h54

Um especialista em dieta da Carolina do Norte inventou uma fórmula para criar a mais engajada audiência do Facebook no mundo, ultrapassando, em muito, os esforços de marketing das celebridades e das equipes esportivas.

Ele escreve as palavras de Jesus e as publica quatro ou cinco vezes ao dia.

O médico Aaron Tabor, de 41 anos, cresceu assistindo a seu pai pregar nas igrejas do Alabama e da Carolina do Norte, e sua criação no Facebook chama-se Jesus Daily (‘Diário de Jesus’, em tradução livre). Ele diz que começou a usar o Facebook em abril de 2009, para ajudar no marketing de seu livro sobre dietas e em seus negócios que incluem vender shakes de soja, barras de proteína e suplementos.

Durante os últimos três meses, pessoas curtiram, comentaram e compartilharam o conteúdo do Jesus Daily mais do que qualquer outra página no Facebook, incluindo a página de Justin Bieber, de acordo com a análise semanal do blog especializado AllFacebook.com.

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“Eu quis proporcionar encorajamento às pessoas”, disse Tabor, que mantém seus negócios de dieta em uma página separada no Facebook. “Pensei que daria uma ênfase de notícia ao chamar de diário”.

O Facebook e outras ferramentas de mídias sociais mudaram a forma como pessoas se comunicam, trabalham, encontram e se apaixonam. É ainda muito cedo para dizer que as redes sociais transformaram a maneira como as pessoas praticam a religião, mas o número de pessoas discutindo fé no Facebook aumentou significativamente no último ano, de acordo com funcionários da empresa.

No geral, segundo o Facebook, 31% dos usuários americanos listam uma religião em seu perfil e 24% dos usuários fora dos Estados Unidos também o fazem. Mais de 43 milhões de pessoas no site são fãs de ao menos uma página categorizada como religiosa.

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Grande parte das conversas em plataformas sociais é promovida por líderes religiosos, igrejas, sinagogas e outras instituições religiosas que estão se voltando para o Facebook, Twitter e YouTube para atrair seguidores e reforçar as conexões com seus membros. A novidade da história é que milhões de pessoas estão também se voltando para páginas do Facebook, como a Jesus Daily, criadas por pessoas não filiadas a líderes religiosos ou casas de culto específicas.

Com 8,2 milhões de fãs, a Jesus Daily contabilizou 3,4 milhões de interações na primeira semana de setembro. Em comparação, os 35 milhões de fãs de Justin Bieber realizaram aproximadamente 630 000 nesse período, segundo a análise do AllFacebook.com. A página The Bible do Facebook, administrada pela Sociedade Unida da Bíblia em Reading, Inglaterra, tem 8 milhões de fãs e também supera Bieber com aproximadamente 1 milhão de interações.

Entre páginas religiosas que se destacam no Facebook, está a do Joyce Meyer Ministries e a Dios es Bueno, em espanhol. A rede social ganhou recentemente seu primeiro jogo temático sobre a Bíblia, The Journey of Moses (‘A jornada de Moisés’).

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Mas o aumento no número de pessoas encontrando comunidades sobre fé pela via de plataformas de mídia social provoca uma questão sobre o que constitui uma experiência religiosa – e se iniciar uma ‘amizade’ online com uma igreja equivale a frequentar uma.

Embora o papa Bento 16 tenha reconhecido em uma recente declaração que as redes sociais oferecem uma “ótima oportunidade”, ele advertiu os católicos de que “o contato virtual não pode nem deve tomar o lugar do contato direto humano com pessoas em todos os níveis de nossas vidas”.

Talvez a maior oportunidade para líderes e instituições religiosas seja atrair novos membros, segundo o reverendo Kenneth Lillard, autor do livro Social Media and Ministry: Sharing the Gospel in the Digital Age’ (‘Mídias sociais e o Púlpito: Compartilhar o Evangelho na Era Digital’). Ele diz que o Facebook e outras ferramentas da mídia social, incluindo Google+, YouTube e Twitter, representam a melhor possibilidade para líderes religiosos de expandir suas congregações desde que a imprensa escrita ajudou Lutero a conduzir a Reforma Protestante. “Eu vejo a mídia social fazer a mesma coisa com a igreja de hoje”, disse o autor, que é ministro batista em Maryland.

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Desde que fez um esforço concentrado para utilizar mídias sociais há três anos, a rabina Laura Baum, da Congregação de Beth Adam em Cincinnati, disse que a sinagoga alcançou milhares de pessoas ao redor do mundo e expandiu significativamente o número de participantes nos serviços da Shabat nas noites de sexta-feira. O templo oferece leituras e serviços de vídeo ao vivo no Facebook, permitindo que judeus de todo o mundo se unam em rezas e conversas no Facebook, Twitter ou Livestream.

Para alguns, o Jesus Daily transformou-se em uma comunidade de fé online, na qual pessoas dividem seus problemas, fornecem e recebem palavras de apoio. “O Jesus Daily me lembra todos os dias que não estou sozinha”, diz Kristin Davis-Ford, mãe solteira e estudante em período integral em Houston. “Todo pedido de oração que eu postei foi respondido e sei que é o poder dos filhos de Deus, que estão se juntando e entrando em acordo.”

Aaron Tabor faz a maioria das publicações ele mesmo, usando algumas técnicas de marketing que aprendeu com seu negócio bem-sucedido de dietas, que ele expõe atualmente na QVC. Ele recentemente postou fotografias de filhotes de animais, pedindo às pessoas que dessem nomes aos “pequenos ajudantes de Deus”. Ao meio-dia, mais de 147 mil pessoas já haviam curtido a postagem. E os nomes para os filhotes estavam com mais de 7 mil comentários, incluindo um de Steven Karimi, que escrevia de Nakuru, capital da província de Vale Rift, no Quênia: “Eu amo o Jesus Daily. Verdadeiramente inspirador”.

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Tabor diz não ter certeza sobre o que o futuro lhe reserva, mencionando um ministério global televisivo. Por enquanto, é ainda algo que ele faz nas horas vagas. “Há tantas pessoas batalhando contra o câncer, lutando para manter seus casamentos, esforçando-se para restaurar suas relações com seus filhos,” diz ele. “Há pessoas sem emprego, no fim da linha, e eu quero apenas que o Jesus Daily seja um lugar onde eles possam achar encorajamento, não importa qual batalha eles estejam lutando”.

© 2011 New York Times News Service

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