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Mark Zuckerberg: Facebook quer ser a porta de entrada para a internet 

Em entrevista durante conferência na Espanha, fundador da rede social explica como pretende ajudar o mundo a se tornar um local mais conectado

Por Renata Honorato
24 fev 2014, 18h29

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, participou nesta segunda-feira de uma entrevista realizada pelo jornalista David Kirkpatrick durante o Mobile World Congress, evento focado em mobilidade, que acontece em Barcelona, na Espanha, até o dia 27. Em sua primeira aparição pública após a compra do WhatsApp, Zuckerberg reafirmou que a companhia de mensagens instantâneas continuará operando de forma autônoma e deu detalhes de seu projeto, o Internet.org, que pretende levar a rede para locais aonde o acesso ainda é restrito. A ideia não é filantrópica. Embora conectar as pessoas esteja entre as metas do Facebook, o objetivo é explorar novas oportunidades de publicidade – um vasto e milionário setor em mercados emergentes.

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Zuckerberg começou o seu discurso explicando que o Facebook investiu 19 bilhões de dólares no WhatsApp por causa de sua base de mais de 450 milhões de usuários. Ainda que de maneira distinta, as duas companhias têm um objetivo comum: conectar pessoas. “Estamos muito empolgados com a aquisição. Nossa meta é falar com mais gente e por isso essa compra foi importante”, disse o executivo, que também ressaltou o quanto a China é um mercado desafiador para o Facebook. A rede é bloqueada no país, mas o aplicativo recém-comprado pode ser acessado pelos usuários chineses. Bingo!

A participação do executivo no Mobile World Congress, no entanto, não foi focada no WhatsApp. Zuckerberg foi à Barcelona explicar o que é o seu projeto Internet.org, cujo principal pilar é levar o acesso à rede a locais sem conexão. “Os smartphones e os planos de dados ainda não muito caros. Por isso é importante oferecer o acesso a alguns serviços básicos, gratuitamente, através de parcerias com as operadoras”, disse o fundador. Para o americano, enquadram-se entre os serviços básicos o Facebook (é claro), a Wikipédia, os recursos de previsão do tempo, a busca e também algumas categorias de e-commerce – alimentos, por exemplo.

Na prática, o projeto do CEO pretende funcionar da seguinte maneira: a rede social fecha acordos com as operadoras e elas passam a oferecer o acesso ao aplicativo ou site sem cobrar nada pela navegação. O mesmo ocorre com todo e qualquer conteúdo parceiro compartilhado na plataforma. O acesso ao vídeo, à busca ou a uma enciclopédia digital não será cobrado desde que ocorra através do Facebook.

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Zuckerberg quer transformar o seu serviço em uma porta de entrada à internet. “As pessoas podem usar o Facebook para descobrir novos conteúdos”, disse o executivo ao jornalista Kirkpatrick. “Fechamos uma parceria com a Globe Telecom nas Filipinas e o resultado tem sido positivo”, contou o fundador do Facebook. “As pessoas passaram a entender o valor do acesso à rede e isso aumentou o consumo de dados no país”, explicou. Questionado sobre como monetizar a “internet gratuita” em países onde atua o Internet.org, ele também deu indícios de que o modelo não será diferente do adotado em outros locais onde a rede opera: “O mercado de publicidade ainda não existe nesses países com acesso restrito à internet”, disse. Isso mostra que a rede social já enxerga a propaganda nessas regiões como uma oportunidade futura.

A meta do Facebook, agora, é fechar novas parcerias com operadoras em todo o mundo. “Trata-se de um projeto de longo prazo”, disse Zuckerberg. O fato de a rede social ser uma empresa americana não afeta os planos do executivo. Questionado sobre as recentes denúncias envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, e como isso poderia atrapalhar seu projeto de democratização da internet, ele explica que o Facebook já recebeu milhares de solicitações de dados de usuários – e não milhões -, mas que sempre trabalhou com transparência. “Confiança é algo muito importante quando você está usando qualquer serviço no qual você compartilha informações”, disse. Zuckerberg também fez questão de ressaltar que o Internet.org depende de parcerias e que seu objetivo não é monopolizar o acesso à rede. “A iniciativa é um conjunto de setores e companhias. Estamos tentando construir um guarda-chuva”, ressaltou o executivo.

O fundador do Facebook reforçou que o WhatsApp continuará funcionando de forma autônoma e que essa foi uma condição para a compra. Ele explicou que o serviço não mudará suas práticas de privacidade e que mensagens e fotos, por exemplo, continuarão não sendo armazenadas nos servidores da companhia. Zuckerberg também não deve ir às compras tão cedo. Ao responder uma pergunta de um jornalista espanhol sobre o Snapchat, que teria recusado uma proposta da rede social recentemente, o executivo foi enfático: “Depois de adquirir uma companhia por 16 bilhões de dólares estou satisfeito por um tempo.”

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