Máquina da Brastemp que prepara bebidas é criação de trainee
Ideia de Cecília Ribeiro, então com 24 anos, recebeu 2 milhões de dólares de investimento inicial e se tornou grande aposta da marca de eletrodomésticos
Era uma vez uma jovem de 24 anos recém-formada na faculdade de administração de empresas que queria crescer (e muito) na carreira e ser o motor da inovação em seu trabalho. Essa história é verídica. A protagonista é Cecília Ribeiro. Saída da universidade, ela ingressou como trainee na Whirlpool, grupo do qual faz parte a Brastemp, fabricante de eletrodomésticos. Menos de um ano depois, um produto concebido por ela já havia sido abraçado pela empresa e, há duas semanas, foi apresentado ao mercado: trata-se da B.blend, máquina que usa cápsulas (nos moldes da cafeteira Nespresso) para preparar vários tipos de bebidas. O produto deve chegar às lojas até o fim do ano.
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Depois de levantar dados e estudar tendências no Brasil e no exterior, ela pediu apoio à companhia para a realização de um workshop. O objetivo do encontro era discutir novos modelos de negócio, e o apoio veio de uma área dedicada à inovação. Profissionais de várias áreas da companhia se envolveram no projeto.
“Nesse workshop, o projeto da B.blend começou a ganhar importância e a conquistar adesão interna”, diz Cecília. Ele foi, então, apresentado nas instâncias globais da Whirlpool e chegou a ser premiado na sede da companhia, nos Estados Unidos. Em 2011, a equipe da trainee começou a buscar parceiros tecnológicos para colocar a ideia de pé e fazer pesquisas junto a consumidores.
Finalmente, Fernando Yunes, diretor de novos negócios da Whirlpool Latin America, apresentou o projeto à presidência da companhia: eram apenas seis páginas de Power Point. Deu certo. “Menos de 15 minutos após o início da apresentação, o presidente nos perguntou quanto precisaríamos para tirar a ideia do papel. Respondemos que seria necessário montar uma equipe e contratar uma consultoria. O valor inicial: 2 milhões de dólares. Saímos da sala com o orçamento aprovado”, lembram Cecília e Yunes. A trainee virou gerente de marketing do produto.
Cecília e uma equipe de 30 pessoas passaram a trabalhar em tempo integral na ideia – a máquina que faz café, sucos, chás, energéticos etc. O desenvolvimento dos sabores aconteceu na Alemanha, para onde embarcou a ex-trainee. Seu objetivo era acompanhar de perto a produção das cápsulas, itens indispensáveis para o sucesso do projeto. “Foi como se um sonho se tornasse realidade”, diz.
O empenho de Cecília virou exemplo na companhia. “Ela acreditou em sua ideia. Por outro lado, esse caso mostrou a todos que existe espaço no grupo para pessoas criativas”, diz Yunes. O projeto, que extrapolou fronteiras geográficas, rendeu mais de 13 patentes para a empresa, que enxerga na B.blend uma oportunidade de criar uma nova categoria de produto, a exemplo do que a Nestlé fez com a Nespresso. “Nossa vantagem competitiva é sair na frente”, diz Cecília.
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