Caixa eletrônico de bitcoins movimenta R$ 180 mil em dois meses
Instalada em shopping na Zona Sul de São Paulo, máquina converte cédulas de real em bitcoins e vice-versa
O segundo caixa eletrônico de bitcoins a chegar ao Brasil, operado pela empresa brasileira Coinverse, movimentou 180.000 reais em transações em dois meses de operação. A máquina, única no país que permite vender a moeda virtual e sacar o valor em dinheiro, está instalada no Centro Empresarial Nações Unidas (Cenu), localizado na Zona Sul de São Paulo. Do total, 90% das transações correspondem à compra de moeda virtual e o restante à troca de bitcoins por reais, sacados na hora.
Leia também:
Bitcoins: uma viagem louca ao passado das moedas
Caixa eletrônico de bitcoins falha durante estreia na Campus Party
Começa a operar no Brasil primeira loja física de bitcoins
O Mercado Bitcoin já oferece, desde abril deste ano, uma máquina semelhante em um bar na região do Itaim Bibi, também em São Paulo. Mas o caixa operado pela empresa, fabricado pela americana Lamassu, só permite inserir cédulas de real e trocar o valor pela moeda virtual. A quantia é “depositada” em uma carteira virtual.
No caso da máquina da Coinverse, o caixa eletrônico também permite trocar bitcoins por reais, que são sacados na hora pelo consumidor. Basta identificar a carteira virtual e o valor desejado que a máquina faz a conversão – de acordo com uma cotação variável de compra e venda definida pela empresa. Em seguida, a quantia é liberada em cédulas de reais. A empresa não cobra taxa sobre as transações.
“Ainda existe uma resistência das pessoas, mas são muitos os interessados em conhecer o bitcoin”, diz Safiri Felix, executivo responsável pela operação da Coinverse, em entrevista ao site de VEJA. De acordo com a empresa, 80% dos clientes que compram bitcoins por meio da máquina gastam até 200 reais por transação. No caso dos saques, o valor médio é mais alto, em torno de 500 reais.
A Coinverse lançou o caixa eletrônico pouco antes do início da Copa do Mundo, com a intenção de atrair estrangeiros que preferem utilizar a moeda virtual em vez de recorrer ao câmbio tradicional. Segundo Felix, a procura pelo serviço no período aumentou, já que os estrangeiros estão mais habituados ao uso de moedas virtuais. “Em muitos casos, eles acharam a troca dos bitcoins por dinheiro mais vantajosa que o câmbio tradicional”, diz Felix.
A Coinverse estima que o caixa eletrônico de bitcoins movimente 1 milhão de reais no primeiro ano de operação. Nos próximos meses, a empresa pretende lançar um site para compra e venda de bitcoins e também expandir o número de caixas eletrônicos. Um deles deve chegar, em breve, ao Rio de Janeiro e outras cidades do país estão sob análise. “O mercado brasileiro é pequeno, mas tem muito a crescer”, diz Felix.