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Brasileira cria programa que ajuda a economizar água em lavouras

O aplicativo Agrosmart, que reduz o gasto em plantações em até 60%, fez com que a mineira Mariana Vasconcelos fosse escolhida para ganhar uma bolsa em uma universidade do Vale do Silício. Confira a entrevista com a empreendedora de 23 anos

Por Gabriela Neri
29 abr 2015, 17h27

Graças à criação do aplicativo Agrosmart, a administradora mineira Mariana Vasconcelos, de 23 anos, foi escolhida entre mais de 500 candidatos para ganhar uma bolsa de estudos na Universidade Singularity, localizada no centro de pesquisa da Nasa, no Vale do Silício, e criada pelo diretor de engenharia do Google, Ray Kurzweil. A mineira participará de um programa de dez semanas que usualmente custa 30.000 dólares.

O Agrosmart é um app que facilita a vida dos agricultores ao criar plantações denominadas “inteligentes”. A tecnologia utiliza sensores, dados meteorológicos e processamento de imagens para que o cultivador monitore a sua plantação em tempo real e entenda melhor as necessidades do cultivo. Ele consegue, por exemplo, identificar o melhor momento para as plantas serem irrigadas, quando a taxa de transpiração está baixa, o que economiza água e energia.

Na fase de testes em plantações selecionadas, a utilização do app resultou na redução de 60% na conta de água e de 35% na de energia. O lançamento oficial é previsto para a primeira semana de maio e o app deverá ser vendido (a preço a ser definido) diretamente para os agricultores. Veja a entrevista a seguir com Mariana:

Como surgiu a ideia? Meu pai trabalha com agricultura e por isso desde pequena eu acompanhei de perto a rotina dos cultivadores. Quando comecei a desenvolver interesse por tecnologia, saí um pouco da área e cheguei a fundar uma startup focada em internet das coisas. Então um dia pensei: por que não aplicar essa tecnologia a um problema com o qual tenho intimidade desde pequena? Em 2013, quanto tive a ideia, não havia nada parecido no mercado. Hoje, já temos concorrentes.

Os agricultores ajudaram na criação do Agrosmart? Conversamos com mais de 100 cultivadores para entender quais eram as condições das plantações de cada um, quais dificuldades enfrentavam. Com os insights, criamos o Agrosmart. O objetivo era fazer algo muito rápido, bem visual e fácil de usar. Conseguimos.

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Como funciona o app? Para comprá-lo é preciso entrar em contato com a nossa equipe, que vai à plantação para instalar o software e os sensores. Esses aparelhos desempenham diversas tarefas que vão além da economia de água e energia, como detectar pragas e monitorar a saúde das plantas. Depois que tudo estiver instalado, é só baixar o aplicativo para se conectar à plantação em tempo real. O software consegue, inclusive, informar até qual é a melhor época de colheita.

O uso de Big Data, então, é o elemento-chave? Utilizamos essa tecnologia para examinar os dados e gerar recomendações que melhorem as plantações. A análise de grandes quantidades de dados é essencial para que seja possível tomar decisões melhores, embasadas em dados e fatos, e aperfeiçoar os resultados de qualquer setor.

Na fase de testes o app resultou em uma economia de 60% de água e de 35% de energia elétrica. Como esses números foram alcançados? Hoje, a irrigação é feita na base da intuição do agricultor que não sabe, por exemplo, quando a taxa de transpiração da planta está alta, o que fará com que grande parte da água evapore. O aplicativo avisa qual é o momento certo para que o agricultor regue, o que reduz o uso da água drasticamente, evitando o desperdício. Como o sistema de irrigação utiliza energia elétrica ou diesel, isso também resulta em economia de energia.

Quais são os próximos passos? Já estamos prontos para disponibilizar o app em outras línguas e levá-lo para outros países.

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