Estudo relaciona vírus da gripe à transmissão de pneumonia

Ao contrair o vírus, fica-se mais suscetível à infecção por bactéria pneumococo

Por Da Redação
11 abr 2011, 11h41

O vírus da gripe pode deflagrar uma infecção pelo pneumococo alojado no nariz em outras partes do organismo (Stockbyte/Thinkstock/VEJA/VEJA)

Cientistas holandeses apresentaram durante a conferência Society for General Microbiology’s, na Grã-Bretanha, resultados de um estudo que pode mudar radicalmente a forma de combate à pneumonia e à meningite, ambas provocadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo). De acordo com a pesquisa, realizada na Radboud University Nijmegen, a bactéria causadora das duas doenças só pode ser transmitida por pessoas infectadas pelo vírus da gripe. Com a descoberta, espera-se que haja um aumento no controle dos casos de pneumonia e meningite a partir da redução das pandemias de gripe, sobretudo em comunidades pequenas, onde há maiores riscos do surgimento das doenças.

A bactéria responsável pela pneumonia e pela meningite está presente no nariz de mais de 80% das crianças, mas a maioria delas não desenvolve nenhuma das duas doenças. Como já se sabia, o risco de contração cresce a partir do momento em que os portadores da bactéria são infectados pelo vírus da gripe. Em pessoas gripadas, a bactéria ganha mais facilidade em se locomover a outras partes do corpo, provocando não só pneumonia e meningite como também septicemia (infecção generalizada).

O estudo traz como principal novidade o fato de que o vírus da gripe facilita também o contágio interpessoal das doenças causadas pelo pneumococo. “O vírus da gripe pode não só aumentar a carga bacteriana no nariz de indivíduos colonizados, mas também fazer com aqueles que ainda não tinham sido colonizados fiquem mais suscetíveis à infecção por pneumococos, alterando a imunidade do hospedeiro”, explica Dimitri Diavatopoulos, um dos responsáveis pela pesquisa.

As doenças causadas pelo pneumococo são um dos principais problemas de saúde do mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2000 a bactéria foi responsável pela morte de 826.000 crianças com idades entre um e 59 meses (4 anos e 9 meses). Com o controle das pandemias da gripe, no entanto, os pesquisadores esperam que a incidência dessas doenças também seja controlada.

Saiba mais

João Toniolo Neto, geriatra e diretor do projeto Vigilância Epidemiológica da Gripe (VigiGripe), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É também autor do livro A História da Gripe. Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo Vídeo

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