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Vírus da família da varíola pode combater tumores de mama

Além de infectar e atacar as células de câncer, o novo vírus inibiu o crescimento de vasos sanguíneos que alimentassem o tumor

Por Da Redação
3 out 2012, 09h37

O vírus Vaccinia já tem seu lugar garantido na história da medicina. Bastante semelhante ao vírus da varíola, ele causa uma forma mais branda e não letal da doença. Por causa dessa similaridade, ele foi usado para confeccionar vacinas contra a doença – as vacinas contra a varíola, aliás, foram as primeiras a serem confeccionadas na história da medicina e é justamente por causa do vírus que o método de proteção ganhou este nome. Graças às vacinas, a varíola tornou-se a primeira doença a ser erradicada pela ciência. Agora, pesquisadores do Centro de Câncer do Memorial Sloan-Kettering, nos Estados Unidos, estão tentando modificar o vírus Vaccinia para que ele mate as células do câncer de mama triplo negativo (TNBC na sigla em inglês), uma forma bastante agressiva do tumor.

De acordo com os cientistas, o TNBC é responsável por entre 10% e 20% dos casos de câncer de mama. Em comparação aos outros tumores de mama, ele tem maiores chances de aparecer em mulheres jovens, menores de 35 anos. Seu tratamento é difícil, uma vez que ele não possui três receptores que são alvos de novos e promissores tratamentos: o receptor do estrógeno, da progesterona e do HER2. Por isso, é conhecido como triplo negativo.

Apesar de as mulheres diagnosticadas com a doença normalmente responderem à quimioterapia, esses tumores tendem a ser mais agressivos e ter mais chances de regressar. “Nós ainda não entendemos por que esse tipo de câncer é tão agressivo e tende a reaparecer depois do tratamento”, diz Sepideh Gholami, cirurgiã do Centro Médico da Universidade Stanford nos Estados Unidos, e autora do estudo. Por causa da gravidade e da falta de receptores específicos, os pesquisadores tem focado seus estudos em vírus oncolíticos, que infectam e exploram as vulnerabilidades únicas dessas células de câncer. Agora, com o vírus Vaccinia, os primeiros resultados começaram a aparecer.

Tratamento – O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF, na sigla em inglês) é uma proteína que estimula o crescimento e diferenciação de células sanguíneas. Em células normais, ele ajuda a oxigenar os tecidos onde a circulação está inadequada. Nos cânceres, no entanto, ele estimula o fornecimento de sangue, e por consequência, a metástase. Nos tumores TNBC, esse fator de crescimento está muito mais presente do que nos outros casos de câncer de mama, podendo explicar sua agressividade.

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Para atacar esse mecanismo específico, os pesquisadores criaram um novo tipo de vírus Vaccinia, chamado GLV-1h164, que carrega uma proteína que ataca especificamente o VEGF. “A razão por termos usado o vírus Vaccinia é que ele é um membro da família da varíola, e, como sabemos, a vacina da varíola foi administrada a milhões de pessoas para erradicar a doença. Nós pensamos que seria mais seguro e promissor usar esse vírus em nossas pesquisas”, diz Gholami.

Em um primeiro experimento, os pesquisadores infectaram células TNBC cultivadas em laboratório com o novo tipo de vírus. Com isso, conseguiram matar mais de 90% dessas células depois de quatro dias. Em seguida, eles geraram tumores TNBC em ratos, e trataram os animais com o mesmo vírus. Após três semanas, a regressão do câncer era clara. “Pelo menos 60% dos cânceres regrediram completamente. E os outros 40% ficaram com áreas muito pequenas de tumor, cercadas por tecido necrosado, um sinal de que o tumor estava respondendo à terapia”, afirma Gholami.

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*O conteúdo deste vídeo é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

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