Novos casos de infecção por HIV caíram 25% em 10 anos
Dados da ONU revelam, porém, que há muito a ser feito pela prevenção da aids
O número anual de novos casos de infecção pelo vírus HIV, causador da aids, caiu 25% em todo o mundo entre 2001 e 2009. É o que mostra um relatório divulgado nesta sexta-feira pelo Programa das Nações Unidas para HIV e AIDS (Unaids). Em 2010, segundo a ONU, mais de 34 milhões de pessoas no mundo viviam com o vírus HIV. O relatório ressalta, porém, que 6,6 milhões de pacientes provenientes de países subdesenvolvidos receberam tratamento contra a doença em 2010 – um número 22 vezes superior ao registrado em 2001.
Os dados fazem parte do relatório Aids aos 30: Nações na Encruzilhada e integram um levantamento sobre a evolução no tratamento e na prevenção da doença desde seu primeiro relato, há 30 anos. No que se refere aos avanços no combate ao HIV, as novidades são animadoras: em 2010, por exemplo, 94% dos países tinham estratégias nacionais de combate à aids. Já de 2006 a 2010, cresceu de 39% para 92% a quantidade de nações com programas contra a discriminação do portador do HIV.
Em relação à prevenção, porém, o relatório da ONU indica que ainda há muito a ser feito. O documento revela que o vírus ainda é a principal causa de morte entre mulheres em idade reprodutiva – as jovens entre 15 e 24 anos respondem por 26% do total de novas infecções no mundo. Outro dado preocupante é o aumento de 50.000 casos da doença entre jovens de 10 e 14 anos, em 1999, para mais de 300.000, em 2010.
Os investimentos em programas de prevenção e tratamento do HIV batiam a casa dos 16 bilhões de dólares em 2010, em países de baixa e média renda. Mas, segundo a Unaids, serão necessários 22 bilhões de dólares para se evitar que, até 2015, sejam registrados cerca de 12 milhões de novos casos de infecções e 7,4 milhões de mortes causadas pelo vírus.
A adesão ao tratamento é ainda um sério problema a ser contornado. Em 2009, um em cada cinco pacientes de países subdesenvolvidos parou de tomar o coquetel antiaids apenas 12 meses após o início do tratamento. Há outro agravante: apenas 74% dos homens e 49% das mulheres sabem que a camisinha previne contra aids, segundo a ONU. Nos 14 países onde os índices de HIV são mais elevados, mais de 70% das pessoas que praticam sexo de risco (com mais de um parceiro em 12 meses) relataram que não haviam usado camisinha na última vez que haviam feito sexo.