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Médico brasileiro desenvolve ferramenta para prognosticar linfedema

Condição médica se caracteriza pelo inchaço anormal do braço e atinge um terço das mulheres tratadas contra o câncer de mama

Por Da Redação
7 fev 2012, 18h12

Estudo conduzido por médico brasileiro criou um modelo matemático que consegue prever, com aproximadamente 80% de precisão, os riscos de desenvolvimento do linfedema. Caracterizado por um inchaço no braço, o linfedema atinge cerca de um terço das mulheres que passaram por tratamento cirúrgico ou pela quimioterapia no braço para tratamento do câncer de mama. A pesquisa, inédita, será publicada no periódico médico Annals of Surgical Oncology.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Nomogramas para predição de risco de linfedema de braço após dissecção axilar em câncer de mama

Onde será divulgada: periódico Annals of Surgical Oncology

Quem fez: José Luiz B. Bevilacqua, mastologista do Hospital Sírio-Libanês

Instituição: Hospital Sírio-Libanês

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Dados de amostragem: 1.054 mulheres tratadas contra o câncer de mama

Resultado: Foi desenvolvido modelo matemático capaz de predizer com 80% de acerto os riscos da mulher desenvolver linfedema após o tratamento contra o câncer de mama.

O linfedema se distingue por um inchaço anormal após a cirurgia de mama ou melanoma, com retirada dos linfonodos da região da axila em casos de tumores malignos. Essa situação não tem cura e, geralmente, é indolor. A condição gera uma sensação de peso no membro afetado e é tratada com fisioterapia.

A pesquisa, conduzida por José Luiz B. Bevilacqua, mastologista do Hospital Sírio-Libanês, como tese de pós-doutorado pela Fiocruz, analisou 1.054 mulheres com câncer de mama. Todas haviam sido submetidas à dissecção axilar (retirada dos gânglios linfáticos presentes nas axilas) entre 2001 e 2002, no Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em cinco anos, a incidência do linfedema foi de 30,3%.

Foram, então, desenvolvidos três modelos matemáticos experimentais para predizer o risco de desenvolvimento do linfedema em diferentes momentos: antes da cirurgia, logo após o procedimento e depois de seis meses. “Os modelos estatísticos permitem uma estimativa rápida e fácil dos riscos individuais de desenvolvimento de linfedema após a cirurgia de linfonodo axilar, em mulheres com câncer de mama. Traçando-se uma comparação, estas ferramentas são tão precisas em predizer o risco de uma mulher desenvolver linfedema, quanto a mamografia para detecção de câncer de mama”, diz Bevilacqua.

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De acordo com o especialista, os modelos poderão ser usados como uma ferramenta prática durante a escolha do protocolo de tratamento. Isso porque ele ajuda a determinar se é vital que se evite o esvaziamento completo do sistema linfático, ou não – se a paciente tiver alto risco para linfedema, pode ser mais seguro preservar parte do tecido. “Ele traz ainda uma informação nova e importante: não era conhecido que evitar a quimioterapia no braço antes da cirurgia ajuda a evitar o linfedema”, diz Bevilacqua.

Controle em casa – Já está disponível na internet (www.armvolume.com, em inglês), um modelo que ajuda a paciente a controlar por si só o volume do braço. Com a ferramenta, é preciso apenas medir o braço com o uso de uma fita métrica. Segundo Bevilacqua, o linfedema se caracteriza quando o braço operado tem um volume 200 ml maior do que o outro. “Quando há essa diferença, é hora de procurar um médico”, diz. Após a publicação da pesquisa no periódico, o médico irá oferecer ao público, também pela internet, os três modelos para predição do linfedema.

Economia – Pesquisa publicada no início deste ano aponta que o tratamento do linfedema de maneira precoce poderia significar uma economia significativa. Segundo o estudo, quando tratado cedo, o lindefema teria um custo de 636,19 dólares, frente a 3.124,92 dólares para os casos avançados (valores calculados para o tratamento feito nos Estados Unidos, país de origem da pesquisa).

O estudo, publicado no periódico médico Physical Therapy, afirma que, para isso, é necessário que a detecção seja feita de maneira precoce, com acompanhamento de até um ano. Atualmente, o tratamento costuma ser realizado apenas quando a doença já está em progressão avançada e, muitas vezes, já causou limitações físicas à paciente.

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