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Imunoterapia traz esperança no tratamento de melanoma e câncer agressivo de pulmão

Estudos apresentados no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) apontam a imunoterapia como a grande ferramenta no combate aos cânceres

Por Giulia Vidale
3 jun 2015, 16h52

Os tratamentos imunoterápicos foram os grandes protagonistas do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado em Chicago, entre 29 de maio e 2 de junho. Os estudos apresentados na conferência apontam grandes avanços nessa classe de medicamentos que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater o tumor.

As últimas pesquisas mostraram resultados promissores no tratamento de tumores agressivos em estágio avançado, como melanoma e câncer de pulmão. Para melanoma, a combinação de dois medicamentos contra o câncer – nivolumabe e ipilumumabe – reduziu o tumor de 58% dos pacientes e aumentou o período médio sem progressão do câncer para 11,5 meses.

Já o uso de nivolumabe – remédio que bloqueia uma proteína chamada PD-1, permitindo que o sistema imunológico localize e destrua as células cancerosas – dobrou a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão. De acordo com a pesquisa, aqueles que foram submetidos ao tratamento comum viviam, em média, 9,4 meses, enquanto os que tomavam o imunoterápico viveram cerca de 12,2 meses. Em alguns pacientes, os resultados foram ainda melhores: naqueles que produziam altos níveis de PD-L1, a sobrevida chegou a 19,4 meses.

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Imunoterapia traz esperança para tratamento de câncer agressivo

O objetivo da imunoterapia é curar a doença pela estimulação do sistema imunológico do paciente. Conhecida há cerca de cinquenta anos, ela só começou a apresentar resultados satisfatórios há pouco tempo, quando os cientistas ganharam mais conhecimento sobre o funcionamento do sistema imunológico. Descobriu-se que alguns componentes que impedem as defesas do organismo de funcionar com força total precisariam ser inibidos para o combate eficaz aos tumores.

“O grande desafio atualmente é analisar os dados de todos os estudos disponíveis sobre imunoterapia para tratamento do câncer e identificar quais pacientes poderão ser beneficiados por ela. Também é preciso encontrar maneiras de despertar a imunogenicidade (capacidade de induzir e reagir a uma resposta imunológica detectável) no tumor para que a imunoterapia faça efeito”, explica André Franke, coordenador do Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí, no Rio Grande do Sul.

Marcelo Cruz, oncologista do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, em São Paulo, afirma que já existem estudos buscando demonstrar a eficácia desta nova classe de terapia em pacientes sem metástase ou como terapia adjuvante (em adição à terapia principal) e, até mesmo, para a prevenção de tumores.

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Apesar de alguns medicamentos serem bem tolerados, os efeitos colaterais ainda são um problema da imunoterapia — principalmente quando os remédios são combinados. Alguns dos sintomas são fadiga, diarreia e complicações na pele. Outros problemas em relação ao novo tratamento é desconhecimento das consequências de longo prazo e o alto custo.

Ambas as moléculas – ipilimumabe e nivolumabe – são fabricadas pela farmacêutica americana Bristol-Meyers Squibb, que também financiou os estudos. O ipilimumabe, comercializado como Yervoy, já está aprovado no Brasil e nos Estados Unidos. O nivolumabe, comercializado com o nome Opdivo, já está aprovado nos Estados Unidos e o pedido de registro foi submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em maio.

Tumores agressivos – O melanoma é considerado o tipo mais agressivo de câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), representa 4% dos tumores malignos, com 6.230 casos e 1.507 mortes.

O câncer de pulmão é o tumor mais letal atualmente, sendo o responsável pela morte de cerca de 1,6 milhão de pessoas por ano no mundo. No Brasil, de acordo com o Inca, são estimados 27.330 novos casos da doença até o fim de 2015, sendo 16.400 em homens e 10.930, em mulheres. O tabagismo ainda é a principal causa, por isso ele também é considerado um dos principais tumores evitáveis.

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