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Governo pode voltar atrás em mudanças no curso de medicina

Após reunião com o Conselho Nacional de Educação, Mercadante e Padilha assumiram a possibilidade de que os dois anos adicionais na graduação sejam incorporados na residência médica

Por Da Redação
25 jul 2013, 13h16

Pouco mais de duas semanas após anunciar programa Mais Médicos, o governo federal começa a mostrar indecisão sobre a proposta, dando indícios de que pode voltar atrás em um dos principais pilares da medida: o de estender em dois anos o curso de medicina, tempo em que o aluno seria obrigado a prestar serviços na rede pública. Nesta quarta-feira, ao saírem da primeira reunião com a Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), os ministros da Educação e da Saúde, Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha, assumiram a possibilidade de que esse tempo adicional não faça mais parte da graduação, mas seja incorporado na residência médica de qualquer área.

“Achamos que essa proposta (de residência) precisa de detalhamento, mas é um bom debate”, disse Padilha, acrescentando que esses dois anos seriam “mais amplos, concentrando-se em atenção básica, e urgência e emergência”.

O projeto inicial apresentado pelo governo federal em 8 de julho previa que os dois anos adicionais completassem a formação do médico, que seria estendida de seis para oito anos. Nos anos finais, os recém-formados receberiam uma bolsa para trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS) nas áreas de saúde básica e atendimento de urgência. As críticas dos médicos ao programa vieram de todos os lados. Entidades que representam a categoria e acadêmicos alegaram que o governo não apenas ia atrasar ainda mais a formação como arrumaria mão de obra barata para trabalhar no SUS.

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Alteração – A transformação desses dois anos em parte da residência médica está prevista na medida provisória que criou o programa Mais Médicos. No entanto, a comissão montada pelo MEC propõe, inicialmente, que os dois anos sejam transformados em residência regular, em todas as áreas, tornando-a obrigatória e abrindo vagas para todos os formandos. Hoje apenas metade dos médicos formados consegue uma residência.

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O ministro Mercadante defende que essa proposta não apenas une as áreas de educação médica, como ajuda a formar especialistas que o País precisa. No entanto, a ideia retira o que Padilha apontou como um dos pontos centrais do projeto: dar uma formação mais humanista e integral aos médicos brasileiros. “É, ele (Padilha) falou que na graduação haveria concentração na atenção básica, e urgência e emergência. Mas, desde o início, a medida provisória do Mais Médicos aventava a possibilidade da residência. Se for residência médica, será urgência e emergência e atenção básica, mas já será focada na área específica da formação em que o profissional se desenvolverá”, disse Mercadante ao sair da reunião do CNE.

Humanista – Padilha admitiu que os dois anos extras de formação podem desaparecer da proposta, mas insistiu que o novo currículo terá de dar mais tempo para os alunos terem contato direto com os doentes, acompanhá-los por períodos maiores do que é feito hoje. “A ideia é ampliar o período que o médico em formação fica no ambiente fora do hospital, dentro do SUS e acompanhando o mesmo paciente por um período prolongado”, afirmou. Como isso será feito, disse, caberá ao CNE definir.

(Com Estadão Conteúdo)

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