Gastos com demência chegam a 1% do PIB mundial
Relatório de uma instituição internacional alerta para possível crise global
“A história mostra que grandes doenças podem ser controladas, e até evitadas, com uma conscientização global e vontade política de fazer investimentos substanciais em pesquisa e cuidados”
Os custos globais associados à demência podem ultrapassar 1% do valor total do Produto Interno Bruto (PIB) mundial este ano. Segundo um relatório publicado nesta terça-feira, Dia Mundial do Alzheimer, os valores gastos com a doença já chegam a 604 bilhões de dólares – e devem crescer ainda mais, a ponto de desencadear uma crise global na saúde pública.
Se fosse um país, o orçamento total investido no tratamento deste tipo de doença seria grande o suficiente para alçá-la à 18ª economia mais importante do mundo. O documento, elaborado pela Alzheimer’s Disease Internacional (ADI)que reúne várias organizações mundiais, defende a necessidade de investimentos mais elevados em pesquisas e tratamentos. A estimativa é de que, atualmente, 35,6 milhões de pessoas sofram de demência no mundo – número que pode subir para 65,7 milhões até 2030, e 115,4 milhões até 2050.
“A história mostra que grandes doenças podem ser controladas, e até evitadas, com uma conscientização global e vontade política de fazer investimentos substanciais em pesquisa e cuidados”, afirma Marc Wortmann, diretor da ADI.
Incidência – Cerca de 70% dos custos com demência são pagos por países desenvolvidos da Europa Ocidental e da América do Norte. Já nas nações em desenvolvimento, o cuidado informal (caseiro) da doença responde pela maior parte dos custos, tornando irrisório o gasto dos serviços sociais. Enquanto nos países ricos a média de pacientes com demência vivendo em casa é de 66%, nos mais pobres esse índice sobe para 94% – no Brasil, fica entre 70% e 94%, nas áreas urbanas, e entre 90% e 99% em regiões rurais.