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Gargalo no atendimento ainda é maior problema do SUS, revela pesquisa

Usuários avaliam bem os serviços, mostra pesquisa do Ipea, mas longas filas e falta de médicos persistem

Por Jones Rossi
9 fev 2011, 10h23

O brasileiro que tem a sorte de sentar-se diante do médico de um serviço público de saúde em geral gosta do atendimento recebido. Contudo, é preciso frisar: este brasileiro é, antes de tudo, um forte. Venceu uma longa e penosa espera. Filas nos hospitais e postos de saúde, demora entre o agendamento e a realização de consultas e exames e falta de médicos são os principais problemas do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo os próprios usuários do serviço, segundo revela pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira. O levantamento ouviu 2.773 pessoas que foram atendidas pelo SUS ou acompanharam alguém que o foi. As entrevistas foram realizadas entre os dias 3 e 19 de novembro de 2010. Confira os principais resultados.

O maior problema é a falta de médicos, reclamação de 57,9% dos entrevistados, seguido pela demora para o atendimento nos postos, centros de saúde e hospitais (35,9%). Para 34,9%, a demora para conseguir consulta com especialistas é o maior defeito do SUS. “A pesquisa confirma o que vem sendo observado ao longo dos anos: o principal problema da saúde no Brasil é o acesso”, afirma Gastão Vagner de Souza, médico sanitarista e professor do departamento de medicina preventiva e social da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Outra revelação da pesquisa confirma que, quando se trata do SUS, o problema é a demora no atendimento e não a falta de qualidade (72,4% dos usuários avaliaram positivamente os serviços do SUS). Entre os entrevistados que afirmaram possuir plano de saúde, 40% disseram que pagam pelo serviço de saúde privado porque buscam maior rapidez na realização de consultas e exames. A pesquisa pediu ainda aos entrevistados que sugerissem melhorias. As sugestões, é claro, buscam resolver os problemas apontados. A principal, lembrada por 48,4% dos ouvidos, é elevar o número de médicos. Em seguida, aparecem a necessidade de redução do prazo entre agendamento e realização da consulta (34,8%) e melhoria da qualidade do atendimento (11,1%).

Para Souza, o primeiro passo para aprimorar o sistema de saúde público do país seria a melhoria do primeiro atendimento, realizado na casa do paciente. “Isso é feito no Brasil pelo programa Saúde da Família, mas a cobertura é muito pequena, fica na casa dos 30%, apesar dos 50% anunciados oficialmente pelo Ministério da Saúde”, diz o sanitarista. Para acabar com as filas, o Saúde da Família precisaria contar com cobertura semelhante à existente em Portugal, Inglaterra e Espanha, na faixa dos 85%. “Os médicos da família resolvem muita coisa, como acompanhamento pré-natal, cuidados com doenças crônicas e de idosos. São eles que organizam o acesso.”

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