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Dengue: mosquito agora vai combater a doença

Cientistas descobrem que bactéria bloqueia a multiplicação do vírus nos insetos, impedindo a transmissão da doença

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
24 set 2012, 20h09

Uma estratégia inovadora descoberta por cientistas australianos poderá por ponto final nas sucessivas epidemias de dengue que afetam o Brasil desde a década de 1980. Eles descobriram que uma bactéria presente em 70% dos mosquitos, chamada Wolbachia, bloqueia a multiplicação do vírus da dengue no inseto – ou seja, ele armazena o vírus mas não transmite a doença, que só no ano passado matou 482 brasileiros.

Nesta segunda-feira, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram parceria com o grupo, que já realiza testes na Austrália, Vietnã e Indonésia. O objetivo é que em 2014 os cientistas comecem os testes de campo com a liberação de Aedes aegypti com a bactéria no estado do Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, afirmam os especialistas, a expectativa é que a maior parte da população de mosquitos tenha a Wolbachia, reduzindo a transmissão da doença. “Temos a possibilidade de uma nova abordagem em relação ao controle da dengue”, afirmou Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz.

De acordo com os cientistas, que retiraram a bactéria de moscas-da-fruta e introduziram em ovos do mosquito transmissor da dengue, as fêmeas do Aedes “contaminadas” com a bactéria passam a Wolbachia para seus ovos. Esses insetos já nascem com a bactéria e, portanto, são incapazes de transmitir dengue. “Acreditamos que a Wolbachia funciona como uma vacina para os insetos e compete por nutrientes com o vírus da dengue, impedindo que ele se multiplique”, explica Luciano Moreira, líder do projeto Eliminar a dengue: desafio do Brasil.

Controle – Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a pesquisa é mais uma ferramenta no combate e controle da dengue. Só em 2010, a pasta gastou cerca de 800 milhões de reais com ações de prevenção e atendimento aos doentes. “A dengue é uma doença complexa e o Ministério apoia todas as ferramentas de combate. A pesquisa está no início, mas esperamos que em alguns anos o resultado positivo possa ser comemorado.”

No Brasil, o projeto está na primeira fase, sendo realizado em laboratório, na manutenção de colônias dos mosquitos com Wolbachia e no cruzamento com Aedes aegypti de populações brasileiras. A construção de uma estrutura de gaiola de grandes proporções no campus da Fiocruz – onde os testes intermediários serão realizados – está programada para 2013.

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