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Crianças devem integrar discussão sobre a própria saúde

Alijar os pequenos pacientes das decisões sobre seu tratamento os stressa

Por Da Redação
25 jul 2011, 11h14

Ocultar das crianças doentes informações sobre seu estado de saúde e tratamento pode prejudicar a recuperação dos pequenos. Isso porque, ao perceber que é alijada das discussões sobre sua própria saúde, a criança se sente assustada e com raiva. É o que mostra uma pesquisa irlandesa publicada no periódico especializado Journal of Clinical Nursing.

Para Imelda Coyne, professora da Escola de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Trinity, em Dublin, os pais e profissionais de saúde devem encorajar as crianças a fazer parte de decisões sobre seu tratamento. “É evidente que algumas pessoas podem ter reservas ou preocupações sobre a participação das crianças e isso sugere a necessidade de orientações e políticas claras que reflitam a visão de todos os interessados”, afirma a especialista.

Os pesquisadores analisaram 55 crianças e adolescentes com idades entre sete e 18 anos, de três hospitais diferentes, individualmente e em grupos. Havia um número igual de crianças com doenças crônicas e agudas, de enfermarias e ambulatórios, tanto em hospitais gerais quanto em pediátricos. O resultado do levantamento mostrou a necessidade de um guia de orientações para garantir que as crianças sejam ouvidas sobre assuntos que afetam diretamente a sua saúde.

Segundo a pesquisa, comunicar-se com as crianças, e incluí-las nas decisões sobre os cuidados com a saúde, transmite respeito, valoriza e desenvolve as sua capacidade de tomada de decisão e contribui para o bem-estar psicossocial.

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Entre as principais descobertas do estudo estão:

– As crianças gostariam de tomar parte nas discussões e ter suas opiniões e preocupações levadas a sério. Elas também sentiam que tinham o direito de participar de assuntos que as afetavam. Algumas se sentiram incluídas nas discussões, mas a maioria relatou dificuldades.

– Entre os fatores significativos que aumentavam a participação da criança estavam a familiaridade com o hospital e os procedimentos, a idade da criança, seu relacionamento com os profissionais da saúde e por quanto tempo elas estavam hospitalizados. Por exemplo, conhecer os profissionais de saúde deixava a criança mais à vontade para fazer perguntas e expressar suas preocupações.

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– Muitas crianças dependiam de seus pais para atuar como defensores e explicar o que estava acontecendo, uma descoberta importante que havia recebido pouca atenção em pesquisas anteriores. Algumas crianças mais novas também usavam seus pais para “filtrar” informações potencialmente preocupantes. Mas a maioria dependia dos pais por necessidade, porque tinham problemas em se comunicar com os profissionais da saúde.

– A maneira como os profissionais de saúde se comunicam e se comportam se mostrou uma barreira importante para o envolvimento das crianças. A maioria delas relatou que os profissionais de saúde tendem a “fazer coisas” nelas com explicações muito breves ou nenhuma. Muitas relataram ainda terem sido incapazes de fazer perguntas porque foram consultadas às pressas. Profissionais de saúde também as excluíram ao se dirigirem diretamente aos pais e usando uma linguagem de difícil compreensão.

– Os pais também desempenham um papel significativo em apoiar ou dificultar a participação das crianças. Elas valorizam quando os pais participam como mediadores, mas eles poderiam estar negando uma participação mais ativa das crianças ao responderem perguntas por elas e quando não apoiam suas tentativas de participar.

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