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Exame rotineiro pode falhar no diagnóstico de diabetes

Pesquisadores defendem outro método para crianças e adolescentes

Por Da Redação
24 fev 2011, 13h09

“Nesse tipo de teste, quando obtemos um resultado negativo, não podemos considerá-lo 100% seguro” – Saulo Cavalcanti, presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

O diagnóstico da diabetes em crianças e adolescentes é feito pelo mesmo método usado para investigar a doença em adultos: mede-se a glicemia no sangue a partir da hemoglobina A1c. Mas cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, acabam de publicar estudo no periódico Journal of Pediatrics defendendo que o método não é eficiente para crianças e jovens.

“A hemoglobina A1c não é uma fonte segura para o diagnóstico de diabetes e pré-diabetes nesse público. Fazer esse tipo de teste em crianças pode levar a diagnósticos equivocados e consequentemente a casos de portadores da doença não tratados”, diz Joyce M. Lee, endocrinologista pediátrica e coordenadora do estudo.

Comentando os dados da pesquisa americana, o endocrinologista Saulo Cavalcanti, presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica que o exame de fato pode esconder a diabetes tipo 2 em fase inicial de crianças e adolescentes obesos. “Nesse tipo de teste, quando obtemos um resultado negativo, não podemos considerá-lo 100% seguro. Isso significa que, apesar de o exame não ter dado positivo, o paciente pode ter a doença”, diz.

O agravante é que, quanto mais prematuro o diagnóstico em crianças e adolescentes, maiores são as chances de prevenção de males crônicos, que podem demorar até quatro anos para se desenvolver. “Por isso, é importante que seja feito logo um teste totalmente seguro, que apresente resultados mais certeiros”, diz Cavalcanti.

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Durante a pesquisa americana, foram analisados os resultados de exames para diabetes de 1.156 adolescentes obesos ou com sobrepeso, todos com idades entre 12 e 18 anos. Segundo orientações da Associação Americana para Diabetes, indivíduos devem ser classificados como portadores de diabetes quando os valores da hemoglobina A1c atingem 6,5%, ainda que os sintomas da doença não tenham se manifestado. Já a pré-diabetes é reconhecida com valores entre 6% e 6,4%. Agora, os pesquisadores americanos querem que esses parâmetros sejam reduzidos, evitando o subdiagnóstico do mal.

O teste da hemoglobina A1c é um exame simples de sangue que mede os níveis de açúcar a longo prazo. Ao contrário de outros testes, ele não exige que o paciente faça o longo jejum de 12 horas antes da coleta da amostra. Pela simplicidade, se tornou o preferido de médicos americanos. É muito usado também por pessoas que fazem o teste de maneira preventiva, já que não apresentam os sintomas da diabetes.

A pesquisa defende que seja reabilitado o exame de glicemia de jejum de doze horas, um procedimento que era rotineiro na investigação da diabetes em crianças e jovens. O método, contudo, aos poucos foi substituído pela técnica da hemoglobina A1c, devido à praticidade desta.

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