Congelamento de ovário pode evitar problemas com infertilidade
Técnica que retira um pequeno pedaço do ovário pode ser opção para mulheres que desejam ter filhos depois dos 40 anos
Além de mais barata que a reprodução assistida, a técnica seria menos desgastante para o organismo.
Uma técnica criada para preservar a fertilidade de mulheres em tratamento contra o câncer pode servir também para aquelas que pretendem ter filhos depois dos 40 anos. De acordo com uma pesquisa conduzida por Sherman Silber, médico responsável pelo primeiro transplante de ovário em 2007, o congelamento de lascas do ovário (que armazenam milhares de óvulos) pode ser feito por prazo indeterminado e garantir a fertilidade de mulheres que optam por ter filhos depois dos 40 anos. Além de mais barata que a reprodução assistida, a técnica seria menos desgastante para o organismo.
A remoção do pequenino pedaço do ovário, segundo o médico, não traz prejuízos para a mulher caso ela deseje engravidar por meios naturais. Mas, para garantir a qualidade do material preservado, é preciso que a coleta seja feita o quanto antes. “Mulheres de 35 ou 38 que acabaram de terminar um namoro de 10 anos me procuram porque estão preocupadas com seu futuro. Elas deveriam pensar sobre isso mais cedo, para armazenar os óvulos em melhores qualidades”, diz Silber.
Usando este procedimento desde 2008, Silber já tratou 11 pacientes, que tiveram 12 bebês – no mundo todo já foram geradas 23 crianças. Mas para Tony Rutherfor, presidente da Sociedade Britânica de Fertilidade, a técnica ainda não é garantida e segura. “Se ela é feita por poucas pessoas, pode ser que ela não seja tão efetiva assim. Acredito que apenas após um registro mundial poderemos dar respostas mais seguras às pacientes”, diz.