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Aprovado pela Anvisa, remédio inova no tratamento da hepatite C

Agência concedeu nesta segunda-feira o registro do sofosbuvir, que, associado a outros dois medicamentos, eleva as chances de cura da doença a mais de 90%. A previsão é que ele chegue à rede pública até o fim do ano

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 Maio 2016, 16h29 - Publicado em 30 mar 2015, 19h59

Um conjunto de três remédios vai inovar o tratamento de hepatite C crônica no país. Junto com o daclatasvir, aprovado em janeiro, e o simeprevir, aprovado em meados deste mês, o sofosbuvir, que teve o registro concedido nesta segunda-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), compõe um tratamento que vem sendo utilizado em países da Europa, no Japão e Canadá.

O trio representa um avanço considerável no tratamento da doença. Em comparação com os medicamentos utilizados atualmente, eles elevam o índice de cura de 75% para mais de 90%, são administrados por via oral – enquanto os atuais são injetáveis -, e reduzem os efeitos colaterais. Além disso, as novas pílulas têm a vantagem de reduzir o tempo de tratamento, que hoje é de cerca de um ano, para três meses. A expectativa é que os três estejam disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) entre agosto e setembro deste ano.

“Essa é uma luz no fim do túnel para os pacientes de hepatite C crônica. O novo tratamento, composto por medicamentos que atacam diretamente o vírus, só tem pontos positivos. São novos, de eficácia maior e, nos países em que vêm sendo utilizados, como França ou Estados Unidos, os efeitos colaterais são muito reduzidos, o que os estudos já apontavam”, diz o infectologista Roberto Focaccia, coordenador do grupo de hepatites virais do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

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Nova tecnologia – Os medicamentos aprovados pela Anvisa fazem parte da chamada terceira geração de tratamentos para a hepatite C. A doença, causada por cinco tipos de vírus transmitidos principalmente pelo sangue contaminado, começou a ser tratada com maior eficácia na década de 1990 pelo remédio interferon, um quimioterápico que estimula o sistema imunológico. Ele não ataca diretamente o vírus e promove uma série de efeitos colaterais. Há cerca de cinco anos, entraram em cena os antivirais, que atuam diretamente no vírus, em suas diferentes fases de multiplicação, e promovem uma taxa de cura maior.

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A partir de então, antivirais como o ribavirina passaram a ser associados ao interferon, um tratamento que conseguia curar de 40% a 45% dos doentes e precisava ser seguido por um período que variava de 48 a 72 semanas. Em 2013, o SUS passou a oferecer o boceprevir e o telaprevir, inibidores de protease que impedem a replicação do vírus e impossibilitam o progresso da doença. Associados ao interferon e à ribavirina, a taxa de cura da terapia subiu para 75%, com uma duração de até 48 semanas. Os novos medicamentos aprovados neste início de ano, entretanto, não precisam ser associados ao interferon, o que é um grande avanço para o tratamento.

“Esses remédios atingem pontos nevrálgicos do vírus, um ganho excepcional no combate à doença. Eles diminuem muito o risco de câncer no fígado e barram a reinfecção. Juntos, esses fatores significam uma economia imensa no tratamento da doença crônica”, diz Focaccia. Se administrados na fase inicial da hepatite C, previnem que a doença seja transmitida, pois a hepatite C só apresenta sintomas em fases avançadas.

Prevalência – No Brasil, calcula-se que existam cerca de 1,5 a 1,7 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, que é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos cânceres primários de fígado. Estimativas indicam que cerca de 3% da população mundial pode ter sido exposta ao vírus e desenvolvido infecção crônica, o que corresponde a 185 milhões de pessoas. A evolução da infecção, do seu início até a fase da cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos e não apresentar sintoma.

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