Alimentação rica em carboidratos e doces eleva risco de câncer de mama
Segundo pesquisa feita com mais de 300.000 mulheres, dieta com alta carga glicêmica eleva chance de um tipo da doença menos comum, porém mais nocivo
Uma dieta com alta carga glicêmica, ou seja, rica em alimentos que provocam rapidamente um pico de açúcar no sangue, como carboidratos e doces, pode aumentar o risco de uma mulher ter uma forma menos comum, no entanto mais agressiva, de câncer de mama. Essa é a conclusão de uma pesquisa desenvolvida na Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, que fica na cidade francesa de Lyon, e publicada na edição de agosto do periódico The American Journal of Clinical Nutrition.
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ALIMENTAÇÃO COM ALTA CARGA GLICÊMICA
Inclui alimentos que aumentam rapidamente as taxas de açúcar no sangue, como carboidratos processados, açúcar branco, frutas em calda enlatadas, farinha branca, batatas e pães, por exemplo. É deficiente em alimentos integrais, ricos em fibras.
O estudo se baseou em dados aproximadamente 335.000 mulheres de 34 a 66 anos de idade, que foram acompanhadas pelos pesquisadores ao longo de 12 anos. Durante esse período, 11.576 participantes foram diagnosticadas com câncer de mama. Quando os autores analisaram o risco da doença de maneira geral, eles não identificaram associação com uma dieta de alta carga glicêmica. No entanto, quando eles olharam apenas para pacientes que já haviam passado pela menopausa e para um tipo específico do câncer, o ER-negativo, uma alimentação rica em doces e carboidratos elevou o risco da doença em 36%. Esse tipo de câncer de mama atinge uma em cada quatro mulheres com a doença e costuma ter um prognóstico pior pois, além de crescer mais rapidamente, não é sensível aos tratamentos com hormônios.
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Inimiga – Os autores desse estudo explicam que uma alimentação que aumenta o índice glicêmico está associada a maiores níveis de insulina, hormônio que regula açúcar no sangue. E, de acordo com eles, grandes quantidades de insulina vêm sendo ligadas à incidência de certos tipos de câncer por algumas pesquisas, possivelmente pelo fato de que o hormônio é capaz de ajudar os tumores a crescerem.
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Dr. Antonio Wolff
O oncologista Antonio Wolff é especialista em câncer de mama. Está começando um projeto de pesquisa com 8.000 mulheres, que fará testes com dois remédios – trastuzumabe e lapatinibe. Os primeiros resultados deverão começar a aparecer em dois anos.
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wolff é pesquisador da Universidade Johns Hopkins há doze anos. Ali, atende pacientes duas vezes por semana e estuda, faz pesquisas, dá palestras. Seu foco é no que pode ser feito para melhorar a vida do paciente.
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