Acne severa pode aumentar riscos de suicídio
Problemas costumam acontecer quando a melhora na condição da pele do paciente não vem acompanhada de uma vida social mais satisfatória
“A acne em si é o fator mais importante para as tentativas de suicídio. Não existe uma certeza de que as drogas realmente tenham alguma influência nisso”, Anders Sundstrom
Pessoas que estão em tratamento para acne severa devem ter sua saúde mental monitorada de perto. Mas a preocupação, ao contrário do que se imaginava, não é devida a remédios controlados usados no tratamento. De acordo com estudo publicado no periódico British Medical Journal, eventuais problemas, na verdade, costumam acontecer quando a melhora na condição da pele do paciente não vem acompanhada de uma vida social mais satisfatória.
Durante a pesquisa conduzida no Karolinska Institute, na Suécia, 5.700 pessoas foram analisadas entre 1980 e 2001. O tratamento mais usual para pacientes com acne severa que não responderam bem a antibióticos é, normalmente, feito com isotretinoína – a droga mais conhecida é o Roacutan. Essa substância acabou entrando no rol dos medicamentos perigosos, que poderiam causar depressão e comportamentos suicidas.
Contudo, a equipe do médico Anders Sundstrom encontrou indícios de que a isotretinoína não é a responsável pelas tendências suicidas. Dos 5.700 voluntários, 128 admitiram ter tentado o suicídio. Em comum, todos eles tinham falhado na tentativa de levar uma vida social mais agradável no prazo de até seis meses após o fim do tratamento.
“A acne em si é o fator mais importante nas tentativas de suicídio. Não existe uma certeza de que as drogas realmente tenham alguma influência nisso”, diz Sundstrom. Estudos prévios já haviam mostrado que a acne está associada diretamente a alguns tipos de morbidez psiquiátricas, a exemplo da depressão.