Venezuela corta canal de diálogo com diplomata americana
O chanceler Elías Jaua acusou a responsável da diplomacia americana para a América Latina, Roberta Jacobson, de se intrometer na política venezuelana
O governo venezuelano cortou um importante canal de diálogo que mantinha com os Estados Unidos desde o final de 2012 para normalizar as relações entre os países. De acordo com o chanceler Elías Jaua, a decisão foi tomada depois de a diplomata dos Estados Unidos para a América Latina, Roberta Jacobson, dizer não ter visto uma imprensa livre no local e pedir que as eleições no país sejam “abertas, justas e transparentes”. Os comentários foram interpretados por Caracas como ingerência política.
“Este canal de comunicação fica suspenso neste momento, adiado até que haja uma mensagem clara de qual é o tipo de relação que os Estados Unidos querem com a Venezuela”, disse Jaua, que acrescentou não querer continuar perdendo tempo. As relações diplomáticas e consulares, no entanto, estão mantidas.
Os embates diplomáticos e acusações bilaterais entre Caracas e Washington eram alimentados pelas acusações do falecido presidente Hugo Chávez contra o “império” americano. A troca de farpas resultou na saída dos embaixadores dos países em 2010. A tentativa de restabelecer o contato começou em novembro do ano passado, com a criação do mecanismo. No dia 5 de março deste ano, porém, Maduro expulsou dois funcionários da embaixada americana acusados conspirar contra o governo. Em represália, os Estados Unidos expulsaram dois diplomatas venezuelanos.
As eleições venezuelanas para escolher o sucessor de Hugo Chávez estão marcadas para o dia 14 de abril. A disputa presidencial ocorrerá entre o herdeiro chavista e atual presidente interino, Nicolás Maduro, e o opositor Henrique Capriles. Em pesquisas divulgadas nesta semana, Maduro aparece com 14,4 pontos percentuais de vantagem nas intenções de votos em relação ao opositor.
(Com Agência AFP e Reuters)