Ucrânia pede boicote à Copa do Mundo da Rússia
O presidente ucraniano Petro Poroshenko disse que enquanto as tropas russas estiverem em seu país, a Copa é impensável. Outros políticos também já pediram o boicote do torneio
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, fez um apelo em entrevista a um jornal alemão, publicada nesta segunda-feira, aos aliados da Ucrânia para considerarem um boicote à Copa do Mundo de 2018 na Rússia caso Moscou não retire suas tropas do território ucraniano. Poroshenko disse ao jornal Bild, o periódico de maior circulação na Alemanha, que preferia manter futebol e política separados, mas isto não é possível quando o clube ucraniano Shakhtar Donetsk tem que jogar a 1.200 quilômetros, em Lviv, porque Donetsk está ocupada por separatistas pró-Rússia.
“Acho que tem que haver uma discussão sobre o boicote a esta Copa do Mundo. Enquanto tiverem tropas russas na Ucrânia, acho que a Copa naquele país é impensável”, disse Poroshenko, que estava em Berlim nesta segunda-feira para visita oficial. A Copa do Mundo da Rússia acontecerá entre 14 de junho e 15 de julho de 2018. Os pedidos de boicote ao torneio começaram já no ano passado, feito por alguns políticos europeus, também devido ao conflito na Ucrânia. Recentemente, o jogador marfinense Yaya Touré, do Manchester City, sugeriu que os negros também ficassem fora do torneio, devido aos recorrentes casos de racismo no futebol russo.
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O presidente ucraniano disse que iria pedir à chanceler alemã, Angela Merkel, para forçar sanções mais firmes contra a Rússia. Poroshenko citou as violações separatistas repetitivas do cessar-fogo que a chanceler ajudou a intermediar para justificar seu pedido. De acordo com Poroschenko, ao todo, aconteceram 1.100 violações a trégua estabelecida. Além disso, os rebeldes, que afirmam terem retirado todo armamento pesado que mantinham na Ucrânia, não permitem que observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) façam esta comprovação.
Poroshenko também iria pedir à líder alemã mais ajuda militar não letal para as forças ucranianas. “Nós precisamos estar aptos a nos defendermos e protegermos nossos soldados. Nós precisamos de radares, drones, rádios e equipamentos de visão noturna. Eu irei falar com a chanceler sobre isto”, disse Poroshenko. “Não é um pedido de armas de ataque, nós não queremos atacar ninguém”, completou.
(Da redação)