Ataque ao Parlamento provoca caos no Canadá
Soldado foi baleado em frente a memorial de guerra e morreu. Um suspeito de envolvimento no ataque também está morto, informaram as autoridades
(Atualizado às 16h29)
Ataques em diferentes pontos do centro de Ottawa levaram pânico à capital canadense na manhã desta quarta-feira. Um soldado foi baleado em frente ao memorial de guerra do Canadá, e o responsável pelo disparo foi visto correndo em direção ao Parlamento, onde mais tiros foram ouvidos. O ataque levou o prédio do Parlamento a ser isolado. Horas depois, a polícia confirmou que o soldado não resistiu aos ferimentos e morreu. Afirmou ainda que um suspeito foi morto no Parlamento.
Por meio de sua conta oficial no Twitter, a polícia canadense havia comunicado que estava investigando três incidentes com armas de fogo, um no Memorial de Guerra Canadense, outro no Parlamento e outro perto de um shopping center, todos no centro da cidade. Em uma entrevista coletiva, no entanto, as autoridades negaram a ocorrência perto do centro comercial, confirmando apenas os ataques no memorial e no Parlamento.
Os entrevistados se recusaram a esclarecer várias informações divulgadas anteriormente, como a de que a polícia ainda está em busca de outros atiradores. As autoridades pediram que testemunhas entrem em contato para fornecer quaisquer detalhes que possam ajudar na investigação.
O ataque ao Parlamento teve início pouco antes das 10 horas locais (12 horas de Brasília). O parlamentar Tony Clement escreveu em sua conta no Twitter que estava com seus colegas Mark Strahl e Kyle Seeback em uma sala segura, mas que tinha ouvido cerca de “trinta tiros”. No momento do ataque, o primeiro-ministro Stephen Harper estava em seu escritório no Parlamento. Ele foi retirado do edifício em segurança, informaram as autoridades.
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Testemunhas disseram que o atirador disparou contra o soldado no memorial e em seguida sequestrou um motorista, que foi liberado instantes depois. O homem chegou ao prédio principal do Parlamento e já entrou atirando, segundo os relatos. Ele foi descrito como um homem baixo, de cabelos compridos, um pouco acima do peso e carregando “uma arma muito grande”. Ao entrar no Parlamento, ele estava com um lenço ou um cachecol cobrindo o rosto.
Segundo o jornal The New York Times, repórteres que acompanhavam as atividades parlamentares foram instruídos a deitar no chão do hall de entrada. O jornalista Josh Wingrove, do diário canadense The Globe and Mail, descreveu, em uma série de posts no Twitter, que os corredores do edifício estavam cheios e com o cheiro de pólvora. Ele também publicou vídeos do momento em que tiros foram ouvidos dentro do prédio.
O edifício invadido abriga a Câmara e o Senado canadenses, bem como os escritórios dos congressistas e a administração das duas Casas legislativas. As autoridades informaram que todos os prédios públicos do Canadá, incluindo escolas e universidades, foram fechados e os moradores foram orientados a se afastarem da região central.
Ameaça terrorista – Nesta quarta-feira o Canadá havia elevado de “baixo” para “médio” o nível de ameaça terrorista no país depois de um jovem convertido ao islã atropelar intencionalmente dois soldados e matar um deles, na segunda-feira. O Ministério da Segurança Pública do Canadá explicou em comunicado que a decisão não responde a uma ameaça específica contra o país, mas “está vinculada a um aumento geral de conversas de organizações radicais como o Estado Islâmico (EI), Al Qaeda, Al Shabab e outras”.
Ainda segundo o comunicado, “este nível significa que a informação da inteligência indica que um indivíduo ou grupo no Canadá ou no exterior tem a intenção e a capacidade de cometer um ato de terrorismo”.
Local dos incidentes em Ottawa, no Canadá