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Sobreviventes relatam caos em naufrágio de transatlântico

Acidente na Itália deixou ao menos 3 mortos; 4.234 pessoas estavam a bordo

Por Da Redação
14 jan 2012, 08h48

O acidente com o transatlântico Costa Concordia, que bateu na noite desta sexta-feira em um banco de areia em frente à ilha de Giglio, na costa da Itália, e naufragou em seguida, deixou ao menos três mortos – dois turistas franceses e um peruano integrante da tripulação. O naufrágio provocou momentos de desespero entre os passageiros. “Vivemos momentos de caos total. Ninguém da tripulação sabia dizer o que devíamos fazer. O navio começou a inclinar e todo mundo foi jogado por cima dos outros. Muita gente ficou machucada”, contou um sobrevivente.

Segundo o prefeito de Toscana, Giuseppe Linari, quase 70 pessoas ainda se encontram desaparecidas, mas podem estar com outros passageiros evacuados para a ilha de Giglio. “Dos 4.234 passageiros e membros da tripulação, incluindo 52 crianças menores de seis anos, foram encontrados até o momento 4.165 pessoas, o que deixa uma diferença de 70 pessoas, mas estamos realizando buscas praticamente porta a porta na ilha de Giglio”, afirmou Linari.

A embarcação fazia um cruzeiro pelo Mediterrâneo e saiu do porto de Civitavecchia, a 80 quilômetros da capital Roma, com destino a Savona, no norte do país. De lá, partiria num cruzeiro com escalas em Palermo (Sicília), Cagliari (Sardenha), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França). Cerca de 2 horas depois de zarpar, por volta das 21h30 (18h30 de Brasília), as sirenes soaram.

Galeria: veja as imagens do naufrágio do transatlântico na Itália

“Foi um pesadelo, parecia o Titanic, pensamos que era o fim, que íamos morrer”, relatou a italiana Silvana Caddeo à imprensa local. Ao lado de Ignazio Deidda e Mirella Corda, ela contou que a colisão ocorreu precisamente no horário em que os passageiros jantavam. Com o impacto, garrafas e copos voaram das mesas.

Em seguida, os alto-falantes da embarcação avisaram que um problema elétrico havia acontecido e que não havia motivos para preocupação. “Mas as pessoas gritavam e as crianças choravam, em meio à total escuridão”, afirmou um dos italianos sobreviventes.

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Brasileiros – O consulado-geral do Brasil em Roma informou que, segundo a empresa Costa Cruzeiros, havia 53 brasileiros no transatlântico – 47 passageiros e seis tripulantes. Um grupo de 26 brasileiros que estava na embarcação já está a caminho de Milão, segundo a embaixada do Brasil na Itália.A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores relatou ainda que alguns brasileiros resgatados entraram em contato com o consulado do pais em Milão.

Até o momento, não há nenhum registro de brasileiros feridos ou desaparecidos no acidente. De acordo com o Itamaraty, caso um brasileiro fosse vítima do naufrágio, o procedimento normal seria as autoridades italianas contatarem o governo brasileiro para informar sobre o caso, o que não ocorreu.

Lentidão – Alguns passageiros do Costa Concordia queixaram-se da lentidão das equipes de socorro e afirmaram que levaram até 1 hora e 30 minutos para deixar o navio. Segundo membros da tripulação, o capitão da embarcação sabia da gravidade da situação mas “não fez o que devia ser feito”.

Para apurar o eventual atraso no salvamento, a Capitania dos Portos de Grosseto, à qual é ligada a ilha de Giglio, anunciou a abertura de uma investigação. Mas, de acordo com a imprensa italiana, o capitão Emilio do Santo já admitiu os atrasos. Após o acidente, as autoridades da ilha de Giglio convocaram a população para ajudar na acolhida aos passageiros do cruzeiro.

Moradores abriram suas casas para receber os viajantes. Centros esportivos e a pequena igreja da localidade serviram de abrigo. Além disso, algumas lojas abriram durante a noite e a população cedeu cobertores e roupas para que os sobreviventes não passassem frio no inverno italiano.

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Vazamento – O presidente da Costa Cruzeiros, Gianni Onorato, declarou que o navio está “em segurança” e não há perigo de vazamento de combustível para o mar. Segundo o executivo, uma equipe técnica holandesa está a caminho do local do acidente para lidar com possíveis problemas ambientais.

Onorato repeliu acusações de que o Costa Concordia tombou porque navegava fora do curso. “Não é correto dizer que o navio estava fora do curso, houve um evento totalmente inesperado. O Costa Concordia atingiu uma pedra não marcada no mapa náutico”, alegou. As causas do acidente com a embarcação não foram divulgadas pelo governo italiano. Navio com bandeira da Itália com maior capacidade de passageiros, o Costa Concordia está escorado a 80 graus em uma região arenosa com profundidade de 30 metros.

Passageiros receberam cobertores na ilha de Giglio após serem resgatados
Passageiros receberam cobertores na ilha de Giglio após serem resgatados (VEJA)

(Com agência EFE)

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