Rússia: ‘Cabe aos EUA convencer a Ucrânia a dialogar’
Moscou sobe o tom do discurso diplomático e deixa claro seu incômodo com os planos da Otan em aumentar a presença militar no leste europeu
Por Da Redação
2 set 2014, 08h08
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira que os Estados Unidos deveriam usar sua influência sobre o governo ucraniano para estimular a paz no leste da Ucrânia. “A coisa mais importante é a necessidade de o lado de Kiev ser sensato, e, em grande parte, apenas os Estados Unidos podem conseguir isso”, disse Lavrov a jornalistas. “É muito importante que eles usem a sua influência, tanto quanto possível, para enviar o necessário sinal em favor da mudança de deixar de tentar resolver a situação por meios militares para buscar um processo político”, completou.
Outro porta-voz de Moscou, o secretário adjunto do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Mikhail Popov, afirmou que os planos da Otan e dos EUA de aumentar sua presença militar no leste da Europa têm como objetivo “agravar as tensões”. As declarações russas sinalizam o descontentamento de Moscou com a aproximação entre Kiev e aliança militar ocidental, liderada pelos EUA. Popov também informou que a resposta russa ao novo cenário será uma adaptação de suas estratégias de defesa.
Na reunião de quinta e sexta-feira da Otan em Gales, os líderes da aliança pretendem adotar um plano de ação para dar segurança aos aliados do leste. O projeto é um claro posicionamento militar dos países ocidentais contra a influência russa nos confrontos separatistas que acontecem no leste ucraniano. A Otan mobilizará “forças de reação extremamente rápidas, com capacidade de deslocamento em um prazo de tempo muito curto”, afirmou na segunda-feira o secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen. O plano da Otan deve ampliar a presença militar ocidental na Polônia, Romênia, Bulgária e em alguns países bálticos, todas nações que fazem fronteira com a Rússia.
Escalada militar – Demonstrando preocupação diante dos novos acontecimentos, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse nesta terça que a crise ucraniana não tem solução militar. Ele também advertiu os países ocidentais contra os perigos de uma escalada armada ao reforçar a presença da Otan no leste da Europa. “Os países ocidentais devem entender que não existe solução militar. Um diálogo político para uma solução política é o caminho mais seguro”, completou Ban, que criticou uma “situação caótica e perigosa com consequências regionais e mundiais”.
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Combates – Pelo menos quinze soldados das forças armadas da Ucrânia foram mortos nas últimas 24 horas em combates com separatistas pró-Rússia apoiados por tropas russas, disse um porta-voz militar da Ucrânia nesta terça. Agências das Nações Unidas dizem que cerca de 2.600 pessoas morreram no conflito, cerca de 800 delas membros das forças regulares da Ucrânia, segundo o governo em Kiev. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou na segunda-feira que a situação na guerra de cinco meses contra os separatistas piorou drasticamente desde que forças russas passaram a lutar ao lado dos separatistas. Kiev e os ocidentais acusam a Rússia – com base em imagens de satélites e em informações de inteligência – de enviar tropas ao leste da Ucrânia (mais de mil soldados segundo a Otan, 1.600 segundo Kiev). Moscou nega as acusações.
(Com agências Reuters e EFE)
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