Rebeldes matam diplomata iraniano na saída da Síria
Irã é forte aliado de Bashar Assad na rebelião de 22 meses contra o governo
Um alto diplomata iraniano foi assassinado por “grupos terroristas armados” na Síria na noite de quarta-feira, quando viajava de Damasco para Beirute, afirma a embaixada do Irã no Líbano em uma nota divulgada nesta quinta-feira. Segundo o comunicado, Husam Khosh Navis era presidente da “Comissão Iraniana para a Reconstrução do Líbano”, criada depois da devastadora guerra de 2006 entre Israel e o grupo libanês Hezbollah.
Entenda o caso
- • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
- • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
- • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
O texto divulgado pela embaixada não informa os detalhes do que aconteceu nem o local do assassinato. De acordo com o jornal libanês Al Safir, o funcionário iraniano estava na cidade síria de Alepo (norte do país) para “estudar projetos de reconstrução da cidade”.
O escritório de relações públicas da Guarda Revolucionária Iraniana disse que o comandante foi “martirizado a caminho de Damasco para Beirute por mercenários”, e que será enterrado em sua cidade natal, Semnan, na sexta-feira. Já um comandante rebelde disse que o ataque foi realizado por combatentes perto da cidade síria de Zabadani, a poucos quilômetros da fronteira libanesa.
O Irã tem sido um forte aliado do ditador Bashar Assad durante a rebelião de 22 meses na Síria contra o regime. A revolta evoluiu para uma guerra civil em que a ONU afirma que quase 70.000 pessoas foram mortas.
Na terça-feira, os rebeldes avançaram na região de Alepo, onde tomaram um aeroporto militar. Os insurgentes capturaram 40 soldados de Assad e expulsaram o Exército dos entornos do aeroporto.
(Com agências France-Presse e Reuters)