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Intervenção na Síria é ‘questão de tempo’, diz chefe da ONU

Ban Ki-moon pede apoio para resolução do conflito após fortes indícios de um ataque com armas químicas provocarem horror na comunidade internacional

Por Da Redação
23 ago 2013, 05h00

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira em Seul, onde se encontra em visita oficial, que uma intervenção da ONU na crise da Síria é “uma questão de tempo”. Ban pediu apoio internacional para a resolução do conflito, que voltou a entrar na ordem do dia da comunidade internacional após os fortes indícios de um ataque com armas químicas ter ocorrido na periferia da capital Damasco no meio da semana.

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Entenda o caso

  1. • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
  3. • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
  4. • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.

“Todos os preparativos técnicos e logísticos estão completos. O momento no qual vamos poder fazer e no qual as partes vão estar prontas para participar (na tarefa de resolver o conflito) é questão de tempo”, detalhou Ban em declarações à agência de notícias sul-coreana Yonhap.

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As fortes imagens das vítimas do massacre sendo atendidas em hospitais e de corpos amontoados, incluindo muitas crianças nos dois casos, levaram o Conselho de Segurança da ONU a se reunir em caráter emergencial na última quarta-feira. Mas o organismo, única instância capaz de decidir por uma intervenção internacional na crise síria, não entrou em acordo para que seus técnicos realizassem uma investigação a fundo da denúncia do ataque que, segundo a oposição ao ditador Bashar Assad, foi organizado por forças leais ao regime e causou a morte de pelo menos 1.300 pessoas.

Sobre o possível uso de armas químicas no conflito, Ban reiterou que os mesmos violam as leis internacionais e supõem um crime contra a humanidade que deverá reportar graves consequências. “Estou especialmente preocupado pelos relatórios que falam do possível uso de armas químicas sobre civis. Condeno da forma mais dura possível esta escalada de violência”, acrescentou o secretário-geral da ONU.

Apesar de Ban ter solicitado uma investigação imparcial para esclarecer o ocorrido, na reunião do Conselho de Segurança Rússia e China se negaram a apoiar uma ação imediata por parte do principal órgão de Segurança das Nações Unidas. “Conto com o generoso apoio da comunidade internacional. Estou determinado a fazer o que estiver ao alcance das minhas mãos para dar assistência às vítimas e avançar em soluções políticas”, pediu Ban.

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No encontro de emergência, o Conselho de Segurança apoiou o pedido de Ban para que o regime de Bashar Assad permita a realização de “uma investigação exaustiva, imediata e imparcial”, mas o governo Sírio não autorizou a presença dos inspetores na região próxima a Damasco onde ocorreu o novo massacre na guerra civil da Síria que já dura mais de dois anos. Mais uma vez, China e Rússia, os principais aliados do regime sírio, vetaram uma resolução mais dura.

Refugiados – A ONU anunciou nesta sexta-feira um novo número alarmante sobre o conflito: 1 milhão de crianças refugiadas. A marca, descrita como “vergonhosa” pela organização, representa metade dos 2 milhões de sírios que deixaram o país desde o início do conflito, em março de 2011.

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“Não é só mais um número. São crianças tiradas de suas casas e, às vezes, até de suas famílias, enfrentando horrores que só agora começamos a compreender”, afirmou Anthony Lake, diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão que compilou os dados em conjunto com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

De acordo com a ONU, a maior parte das crianças sírias refugiadas estão espalhadas em campos no Líbano, Jordânia, Turquia, Irã e Egito. Números atualizados indicam que 740 mil delas têm menos de 11 anos da idade.

Locais dos ataques com armas químicas na Síria

[googlemaps https://maps.google.com.br/maps/ms?msa=0&msid=214719878387727033147.0004e475fbd76c4145fb7&ie=UTF8&t=m&ll=33.528517,36.333504&spn=0.114479,0.202904&z=12&output=embed&w=100%&h=480%5D

(Com agência EFE)

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