Obama chama Assad de “tirano” em discurso na ONU
O presidente americano afirmou ainda que não quer manter uma 'nova Guerra Fria' com a Rússia. Secretário-geral da ONU pediu que a Síria seja julgada em corte internacional
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, qualificou nesta segunda-feira o ditador sírio Bashar Assad de “tirano” e disse que não procura uma “nova Guerra Fria” com a Rússia, durante seu discurso perante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Após tanto derramamento de sangue, não podemos voltar ao ‘status quo’ na Síria”, ressaltou Obama, que acrescentou que “não há respostas fáceis” para resolver o conflito nesse país.
“Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer nação, incluindo Rússia e Irã, para terminar o conflito”, disse Obama. O líder americano lembrou que, no começo do conflito na Síria há mais de quatro anos, o regime de Assad reagiu aos “protestos pacíficos” com “repressão” e “assassinando” os manifestantes. De acordo com Obama, a tragédia síria seria impossível de acontecer em um país democrático e por isso que mudanças são necessárias no país.
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Sobre a recente reaproximação de Washington e Havana, Obama disse estar convencido de que “a mudança chegará a Cuba” e o Congresso americano acabará suspendendo o embargo econômico e financeiro que pesa sobre a ilha caribenha. “Tenho certeza de que o Congresso levantará inevitavelmente um embargo que já não deveria haver”, disse ele. Em um recado para todas as nações, o presidente americano pediu que os países do mundo deixem para trás a “velha” forma de atuar, mediante “conflitos” e “coerções”, para encarar os desafios atuais.
Antes de Obama subir ao púlpito da 70ª Assembleia Geral, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon pediu, pela primeira vez, que a situação na Síria seja encaminhada para o Tribunal Penal Internacional (TPI). O chefe das Nações Unidas insistiu em uma solução política para o conflito na Síria, que entrou em seu quinto ano, com mais de 250.000 pessoas mortas e milhões de refugiados. Embora tenham sido vários os apelos por parte do Conselho de Segurança da ONU para que haja responsabilização pelos crimes que estão sendo cometidos na Síria, o Conselho não conseguiu adotar uma resolução em relação à situação do país destruído pela guerra devido aos vetos dos membros permanentes China e Rússia.
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(Da redação)