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Protestos tomam Istambul após morte de menino atingido por bomba de gás

Garoto estava em coma após uma bomba de gás lacrimogênio disparada pela polícia acertar sua cabeça. Alvo dos protestos é o premiê Recep Erdogan

Por Da Redação
12 mar 2014, 07h09

Manifestantes turcos voltaram às ruas de Istambul nesta terça-feira para protestar contra o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, cujo governo está convalescido após uma série de denúncias de corrupção atingir a sua gestão. Segundo a rede americana CNN, o fator que desencadeou os novos protestos foi a morte de Berkin Elvan, um garoto de 15 anos que ficou nove meses em coma depois de ser atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo disparada pela polícia. Enquanto o caixão do menino passava pelas ruas, ativistas e opositores do premiê gritavam: “governo fascista, Erdogan assassino.”

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Elvan estava com 14 anos quando saiu de casa na manhã do dia 16 de junho do ano passado para comprar pão. De acordo com a família de Elvan, vizinhos voltaram 15 minutos depois dizendo que o menino havia sido ferido gravemente na cabeça. Na ocasião, a Turquia estava tomada por maciços protestos contra o governo de Erdogan, desencadeados após o anúncio de que um parque em Istambul seria demolido para a construção de um shopping. O primeiro-ministro ordenou que a polícia combatesse os manifestantes com intensa repressão, o que resultou na morte de outros ativistas que entraram em conflito com as autoridades.

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A CNN informou que o governo manteve a truculência para coibir qualquer manifestação em homenagem a Elvan. Em julho, a polícia usou gás de pimenta e espancou um homem durante um protesto agendado para o dia em que a mãe do garoto havia programado um comunicado público sobre a condição de saúde do filho. Mais recentemente, as autoridades usaram gás lacrimogêneo para dispersar ativistas que faziam uma vigília do lado de fora do hospital em que Elvan estava internado. Familiares do garoto dizem que ele chegou a pesar apenas 16 quilos durante os nove meses em que esteve em coma.

“O governo não aceitou a responsabilidade por essa morte e não trouxe os policiais que a provocaram para responder na Justiça”, disse Ali Kan, um dos ativistas que compareceram ao funeral de Elvan. Além de Istambul, os manifestantes também organizaram passeatas para protestar contra a morte do menino na capital Ankara. Os relatos indicam que as mobilizações na cidade tiveram de ser dispersadas pela polícia com gás lacrimogêneo.

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Erdogan na berlinda – Os novos protestos ocorrem em um momento delicado para Erdogan. Escândalos de propina envolvendo funcionários de seu governo e grampos com uma voz que seria do premiê tentando intervir no julgamento de um magnata dos meios de comunicação e apontando um aliado para a presidência do Fenerbahçe, uma das principais equipes do futebol turco, foram alguns dos casos que correram pelos jornais turcos nos últimos dias.

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Erdogan acusa seu ex-aliado, o clérigo muçulmano Fetulah Gülen, que vive nos Estados Unidos, de ter promovido uma conspiração para desestabilizá-lo antes das eleições municipais e das presidenciais. O premiê, no entanto, já sinalizou que poderá abandonar a política se o partido que dirige perder as eleições municipais de 30 de março. Desde sua chegada ao poder, em 2002, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) não perdeu nenhuma eleição, mas a disputa nos municípios será um teste para a legenda depois da divulgação dos escândalos.

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