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Ministras japonesas renunciam por suspeita de corrupção

A saída das titulares das pastas da Indústria, Yuko Obuchi, e da Justiça, Midori Matsushima, coloca o governo de Shinzo Abe na mais grave crise desde 2012

Por Da Redação
20 out 2014, 06h34

A política de promoção das mulheres do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe levou dois golpes duros nesta segunda-feira, com os pedidos de demissão de duas ministras suspeitas de uso indevido de recursos públicos e tráfico de influência. Abe anunciou à imprensa as demissões das ministras da Indústria, Yuko Obuchi, e da Justiça, Midori Matsushima, no momento mais grave de seu governo desde que retornou ao poder no fim de 2012.

As duas foram nomeadas para os cargos no início de setembro, ao lado de outras três mulheres, na primeira reforma ministerial de Abe. Com cinco nomes, este era o governo com maior presença feminina na história do país. “Eu nomeei as duas. Como primeiro-ministro, assumo a responsabilidade e peço desculpas profundas por esta situação”, disse Abe. Midori é suspeita de ter violado a lei eleitoral com a distribuição de leques com a sua foto e nome aos eleitores de sua circunscrição. Yuko é acusada de irregularidades no uso de recursos públicos; ela teria gastado entre 2007 e 2012 mais de 10 milhões de ienes (223.000 reais) em produtos de beleza.

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Além disso, segundo a imprensa, alguns de seus simpatizantes receberam de presentes que custaram no total 26 milhões de ienes (576.000 reais), um gesto que os críticos consideram uma tentativa de compra de votos. Shinzo Abe depositava muitas esperanças em Yuko Obuchi, a primeira mulher a comandar o poderoso ministério da Indústria. O primeiro-ministro desejava transformá-la no símbolo de sua política para as mulheres, que ele deseja atrair mais ao mercado de trabalho para estimular a economia do país.

Na reforma ministerial de setembro, a nomeação de cinco mulheres em um gabinete de dezenove pessoas pretendia servir de exemplo às empresas, depois do governo ter exigido mais oportunidades para o sexo feminino. O machismo é latente na sociedade japonesa e as mulheres raramente ocupam posições como a presidência ou a diretoria de empresas. Abe também contava com a imagem de Yuko, de 40 anos e com dois filhos, para convencer os japoneses da necessidade de retomar o programa de reatores nucleares do país, paralisado desde a catástrofe da central de Fukushima em março de 2011. Mas sua promoção também provocou a irritação de políticos veteranos, que não gostaram de ver uma mulher com pouca experiência de governo em um cargo tão importante.

Posição vulnerável – Os analistas concordaram que as quedas de duas ministras não provocarão o fim do governo de Abe, que tem como objetivo revigorar uma economia afetada por um crescimento frágil e ameaçada a longo prazo por uma demografia em queda. Mas afirmam que o chefe de governo está em posição vulnerável. “Este é o primeiro tropeço importante de Abe”, disse Tomoaki Iwai, professor de Ciências Políticas na Universidad Nihon de Tóquio. “Com as duas renúncias, sua popularidade deve cair e Abe será pressionado. Se voltar a cometer erros assim, será um golpe fatal para seu governo”, completou Iwai.

(Com agência France-Presse)

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