Milhares se manifestam na capital Ancara contra atentados na Turquia
A polícia prendeu catorze suspeitos de serem membros do grupo Estado Islâmico, mas até o momento nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados que deixaram 128 mortos
Milhares de pessoas tomaram neste domingo as ruas da capital turca de Ancara para se manifestar contra os atentados que ontem deixaram 128 pessoas mortas e mais de 160 hospitalizadas, dezenas em estado grave. A polícia turca usou gás lacrimogêneo para tentar conter os grupos mais exaltados. Um grupo de políticos e outras manifestantes tentavam colocar cravos no local das explosões, quando a polícia tentou intervir, alegando que investigadores ainda realizam trabalhos. A polícia chegou a deter alguns participantes, como os líderes do partido pró-curdo, Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag.
Após alguns instantes, um grupo de cerca de 70 pessoas foi autorizado a entrar na área isolada e os manifestantes marcharam em direção à praça principal de Ancara. Eles entoaram protestos contra o presidente Recep Tayyip Erdogan. O vice-presidente do partido curdo, Selahattin Demirtas, culpou o governo turco pelas explosões mortais, ao acusá-lo de ter falhado em evitar o ataque.
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Em comunicado divulgado hoje, o governo da Turquia informou a nomeação de dois inspetores civis e dois inspetores de polícia para investigar os ataques. O governo comunicou ainda que 508 pessoas procuraram por tratamento médico em decorrência do maior ataque na Turquia em anos. As duas explosões ocorreram do lado de fora da estação ferroviária de Ancara, quando centenas de ativistas se reuniam em um comício para exigir mais democracia e o fim da violência entre rebeldes curdos e as forças de segurança turcas.
Uma agência de notícias turca informou ainda que a polícia prendeu catorze suspeitos de serem membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na cidade de Konya. Não está claro se as prisões estão relacionas às explosões em Ancara. O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu disse, no entanto, haver “fortes sinais” de que foram atentados suicidas e sugeriu que o grupo Estado Islâmico ou rebeldes curdos possam estar envolvidos. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados.
(Da redação)