Justiça russa condena à prisão perpétua os assassinos da jornalista Anna Politkovskaya
Assassinato aconteceu em 2006 e atraiu a atenção do Ocidente para a repressão contra a imprensa feita pelo governo do presidente Vladimir Putin
Um tribunal de Moscou condenou nesta segunda-feira à prisão perpétua o organizador e o autor material (pessoa que, de fato, efetuou a ação) do assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya em 2006. Além disso, três cúmplices foram condenados a penas de entre doze e vinte anos de prisão. Os magistrados consideraram Rustam Majmudov culpado de atirar contra a jornalista, enquanto Lom Gaitukayev, tio do condenado, foi apontado como a pessoa que organizou o crime, reunindo informações sobre a vítima e recrutando o atirador.
Os outros três condenados são um policial moscovita, Serguei Jadzhikurbanov, que foi sentenciado a vinte anos de cadeia por participação no planejamento do assassinato; e os dois irmãos do autor material, Ibrahim e Dzhabrail Majmudov, que cumprirão penas de doze e catorze anos de prisão, respectivamente, por perseguição à jornalista e por terem avisado Rustam sobre a chegada da repórter a seu prédio, onde ela foi assassinada. A promotoria havia solicitado penas de entre quinze anos e prisão perpétua para os cinco acusados, enquanto os advogados pediram ao tribunal clemência para Ibrahim e Dzhabrail, pois consideravam que haviam desempenhado um papel menor na ação.
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Vencedora de prêmios internacionais pelas reportagens veiculadas no jornal Novaya Gazeta, Anna Politkovskaya tinha 48 anos na época do crime. A sua morte atraiu a atenção de governos do Ocidente para a repressão do presidente Vladimir Putin, então no seu segundo mandato, contra opositores e a imprensa. Na ocasião. Anna trabalhava em uma série de artigos que denunciavam os abusos contra os direitos humanos que eram cometidos pelas tropas russas no conflito da Chechênia.
(Com agência France-Presse)