Irã confirma pena de 10 anos ao filho do ex-presidente Rafsanjani
Mehdi Hashemi foi condenado em agosto, mas havia proposto uma revisão da pena aplicada por crimes contra a segurança, suborno e desvio de verba
A Justiça do Irã confirmou nesta sexta-feira a condenação a dez anos de prisão por crimes contra a segurança, suborno e desvio de verba para Mehdi Hashemi, filho do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani. Citado pela agência oficial Irna, o porta-voz do ministério da Justiça iraniana, Mosen Ejei, disse que a revisão solicitada por Hashemi, condenado em agosto pelo Tribunal Revolucionário, foi rejeitada pelas autoridades. O julgamento foi realizado a portas fechadas em uma corte que habitualmente julga delitos contra a segurança do Estado.
Rafsanjani é uma das principais figuras políticas do movimento reformista moderado, ao qual também pertence o atual presidente, Hassan Rohani. Ele apoiou o Movimento Verde que surgiu após o pleito geral de 2009, em protesto pela vitória do bravateiro Mahmoud Ahmadinejad – marcada pelas denúncias de fraudes eleitorais. Hashemi, o filho do ex-presidente, tem 45 anos e foi preso pelas autoridades em 24 de setembro de 2012, horas após chegar a Teerã vindo de Londres. Ele viveu exilado voluntariamente na capital britânica após os distúrbios pós-eleitorais que resultaram na morte de dezenas de pessoas.
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Faezeh Hashemi, filha do ex-presidente, também passou seis meses presa em 2011, condenada por fazer propaganda contra o regime islâmico. Ela participou das manifestações lideradas pelos candidatos reformistas Mir Hussein Moussavi e Mehdi Karrubi contra a vitória de Ahmadinejad. Os políticos não foram oficialmente julgados, mas se encontram incomunicáveis e em prisão domiciliar desde fevereiro de 2011.
Rafsanjani, presidente do Irã entre 1989 e 1997, ocupa atualmente a presidência do Conselho de Discernimento, organismo encarregado de mediar a relação entre órgãos políticos e religiosos na república islâmica. No Irã, o poder judiciário é controlado diretamente pelo aiatolá Ali Khamenei, chefe supremo do país. Os juízes que presidem as cortes são clérigos xiitas cujo posicionamento é marcado pelo ultraconservadorismo religioso.
(Com agência EFE)